quinta-feira

FMI quer zona euro com orçamento comum e Eurobonds





O Fundo Monetário Internacional (FMI) defende a criação de uma união orçamental na zona euro, com um orçamento comum e a emissão de Eurobonds, para se evitar uma nova crise na região.

Num relatório intitulado ‘Toward a fiscal union for the euro area’ (a caminho de uma união orçamental para a zona euro), o FMI defende que, no mínimo, uma integração orçamental mais profunda requer maior controlo dos Estados-membros e a finalização rápida da união bancária, com um fundo comum de apoio a bancos em dificuldades.

O FMI sugere aos decisores políticos que criem um fundo para eventualidades, com os países no total, a contribuírem com até 200 mil milhões de euros por ano para ajudar países mais fracos, e assim evitar uma crise sistémica.

A organização diz que as atuais regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento, que exigem um défice inferior a 3% do PIB anual a cada país, não são suficientes e que devia ser exigido aos Estados-membros que criassem almofadas financeiras em tempos de crescimento que lhes dessem maior margem de manobra em tempo de crise.

Para a instituição, a criação da moeda única fez pouco para encurtar as desigualdades em termos de crescimento económico dos seus participantes.
Para cimentar esta união monetário, o FMI defende então que seja criado um orçamento comum.

“Apesar de muito intrusivo, esta medida teria o benefício de dar a possibilidade de intervenção preventiva e atempada quando a estratégia orçamental fosse claramente incompatível com as metas orçamentais”, diz o relatório citado pela Bloomberg.

Sobre os Eurobonds (obrigações de dívida comuns aos países da zona euro), o FMI diz que esta seria uma forma de manter os custos da dívida em países periféricos, como Portugal, mais acessíveis e sob controlo.

A chanceler alemã, recém-eleita com um resultado eleitoral muito positivo, já tinha dito que não haverá este tipo de mutualização de dívida “enquanto for viva”.


Obs: Duas notas - a primeira para referir que, se calhar, e em prol do interesse comum europeu, seria melhor que a "mutti" partisse para os anjos; em segundo lugar, é pena que o FMI venha com estas ideias-propostas quando as economias mais frágeis, como as economias portuguesa e grega, estão completamente exangues, incapazes de reagir a qualquer estímulo. Sobretudo, se ele não existir. 

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