Obs: Nenhum quadro de cooperação internacional é visto como politicamente neutro.
No caso, a China entende que o estreitamento comercial e económico entre Índia e Japão
representa uma barreira ao seu crescimento, modernização e desenvolvimento.
Procede daqui que o desenvolvimento de uns pode representar, a prazo, o bloqueio de outros,
e esta sempre foi a história da evolução das relações económicas internacionais, ainda que da
cooperação bilateral entre aqueles dois países, a China possa - marginalmente - beneficiar
num mundo que nunca deixará de ser orientado por blocos geoeconómicos, embora com um prazo
de validade menos duradoiro do que ao tempo da Guerra Fria, em que os alinhamentos e
alianças eram mais estáveis e duradouras. Estes alinhamentos no sudeste asiático e na Ásia oriental
demonstram, entre dezenas doutras leituras, que a política da Balança de Poderes é um mecanismo
que reganha actualidade no novo contexto das Relações Internacionais, em particular entre as dinâmicas
das relações asiáticas em que o crescimento daqueles países é francamente superior aos países do Velho
Continente, hoje mais observadores do que actores da própria História. O centro de gravidade do mundo
parece, inequivocamente, direccionado para aquela área do mundo. Mas o Japão terá de revelar grandes
cautelas nessa nova relação com uma das maiores democracias do mundo, a Índia, que tem no seu interior
índices de pobreza e de assimetrias ao nível do desenvolvimento humano brutais, pois na sua
história longínqua (1945) e na história mais recente (acidente industrial/nuclear de Fukushima, em 2011)
foi alvo das piores atrocidades do Homem e da vingança da Natureza. O Japão perderá se não tiver memória...
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