Detector de nuvens vulcânicas será testado em Agosto em avião da Easyjet
Nota prévia: é certo e sabido que quanto mais prematuro forem detetados os riscos ambientais e a eminência das catástrofes naturais, mais cedo também as entidades competentes podem informar as populações dos procedimentos e cautelas a tomar. Aqui a tecnologia desempenha um papel vital nesse diagnóstico e planeamento estratégico. Em terra, no mar e no ar. São vidas humanas, património material e bens culturais que podem salvar-se se um conjunto de condições operar eficientemente e em tempo útil. Pode ser a diferença entre o susto e tragédia. Este projecto do Instituto Norueguês de Investigação Aérea(em regime de parceria com várias empresas de aviação) deve ser meditado e acompanhado com atenção. Seja pelas consequências humanas, no plano do salvamento e da sua protecção civil, seja ainda pela continuidade da actividade económica que, consabidamente, fica paralisada quando as transportadoras aéreas não podem fazer descolar os seus aparelhos...
Será um dos ensaios finais do equipamento AVOID (Airborne Volcanic Object Imaging Detector), criado por especialistas do Instituto Norueguês de Investigação Aérea e que está a ser testado num projecto que envolve a companhia aérea Easyjet, o fabricante Airbus e a empresa Nicarnica Aviation.
A tecnologia identifica nuvens vulcânicas a uma distância de até 100 quilómetros, o que dá aos pilotos pouco menos de dez minutos para fazer alterações à rota (ver vídeo). O objectivo é permitir que os aviões se mantenham no ar durante uma erupção vulcânica, sem o risco de potenciais estragos causados pelas partículas que estão no ar. Ao mesmo tempo, o equipamento transmite informação para controladores em terra, criando um mapa real de onde pode estar o perigo.
Em 2010, o vulcão islandês Eyjafjallajökull provocou o caos no tráfego aéreo europeu. Ao longo de vários dias, cerca de 100.000 voos foram cancelados, deixando em terra 10 milhões de passageiros.
Cinzas do mesmo vulcão vão ser utilizadas neste ensaio do sistema AVOID. A tecnologia já tinha sido alvo de testes iniciais, primeiro com um pequeno avião em 2011 e também com Airbus A340, no ano passado.
Desta vez, uma tonelada de cinzas foi recolhida na Islândia, tratada até ficar com consistência de pó de talco e enviada para as instalações da Airbus em Toulouse, França. Em Agosto, dois aviões da Easyjet levantarão voo para realizar a experiência. O primeiro dispersará as cinzas no ar, a uma altitude de cruzeiro dos aviões comerciais – na ordem dos 10.000 metros. O segundo testará um equipamento AVOID instalado na ponta de uma asa.
Segundo um comunicado da Easyjet, Agosto é a época ideal para a experiência, pois nessa altura os satélites meteorológicos Seviri e Calypso estarão alinhados de uma forma que permitirá obter a localização real da nuvem. Com isso, será possível testar se a tecnologia detecta com precisão a concentração de cinzas.
“É a experiência científica perfeita. Saberemos exactamente a quantidade de cinzas que lançámos na atmosfera, e também a sua concentração e composição. O sistema AVOID irá então medi-las e demonstrar a tecnologia”, afirma Fred Prata, o inventor da equipamento e director da Nicarnica Aviation, uma empresa formada pelo Instituto Norueguês de Investigação Aérea para desenvolver sistemas de detecção de nuvens vulcânicas e outros riscos para o tráfego aéreo.
Os responsáveis do projecto esperam que os testes permitam avançar com a certificação da tecnologia e a produção em massa do equipamento. Segundo a Easyjet, se houver 100 aviões dotados com o equipamento na Europa, será o suficiente para se ter um quadro do risco real de erupções vulcânicas, reduzindo a necessidade de suspender o tráfego aéreo.
Etiquetas: Catástrofes naturais, Detector de nuvens vulcânicas será testado em Agosto em avião da Easyjet. Aviação, riscos ambientais
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