quarta-feira

Reitor da Universidade de Lisboa promete resistir a instruções de Gaspar

Nota prévia: Não há revolução pacífica mais eficiente do que aquela que tem origem na universidade. Por regra é sempre a mais esclarecida, e também por regra é acompanhada pelos demais sectores da sociedade (dita) civil. É uma questão de tempo...

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Reitor da Universidade de Lisboa promete resistir a instruções de Gaspar
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Em comunicado hoje divulgado, António Sampaio da Nóvoa considerou a proibição, por Vítor Gaspar, de gastos sem visto prévio do seu Ministério como "um gesto insensato e inaceitável", que "não resolve qualquer problema" e que "põe em causa, seriamente, o futuro de Portugal e das suas instituições". A isto acrescenta o reitor da Universidade de Lisboa que esta irá “resistir a medidas intoleráveis, sem norte e sem sentido”.

O comunicado, acessível no site da Universidade de Lisboa, afirma que “o Governo utiliza o pior da autoridade para interromper o Estado de Direito e para instaurar um Estado de exceção". Em termos práticos, sustenta-se aí, "levado à letra, o despacho do ministro das Finanças bloqueia a mais simples das despesas, seja ela qual for".

Admitindo embora que será necessário cortar “o máximo possível em todas as despesas”, Sampaio da Nóvoa preconiza que tudo se faça para que “as instituições continuem a funcionar sem grandes perturbações". E isso precisamente não poderia acontecer com a vigência deste despacho, havendo no caso da Universidade "importantes compromissos, nomeadamente internacionais e com projetos de investigação, que ficarão bloqueados, sem qualquer poupança para o Estado, mas com enormes prejuízos no plano institucional, científico e financeiro". Assim sendo, o despacho contribui para lançar "a perturbação e o caos sem qualquer resultado prático".

O reitor conclui com uma declaração especialmente contundente: "Na Universidade de Lisboa saberemos estar à altura deste momento e resistir a medidas intoleráveis, sem norte e sem sentido. Não há pior política do que a política do pior”.

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