sexta-feira

Uma nova técnica da (des)governação: governar pelo (falso) agradecimento. A compra dos silêncios p/ evitar tensões sociais


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- Após os esbulhos conhecidos do actual Gov à população portuguesa, feitos à revelia do programa eleitoral com base no qual foi eleito, o PSD/Coelho apresenta-se nos media para agradecer os esforços aos portugueses. Contudo, tal agradecimento só poderá dever-se ao facto destes terem colaborado no referido esbulho em prol das receitas do Estado; um esbulho de luxo, porque assumiu uma forma institucionalizada, porque o Estado-ladrão aqui teve a cobertura da lex para cometer o esbulho generalizado à população, ao invés dum assalto normal de revólver e faca feito a título individual.

- Paulinho das feiras, para não ficar atrás de Coelho, secunda o PM e, num gesto de tanta falsa solidariedade como de incomensurável hipocrisia política, afina pelo mesmo diapasão, e lá faz o "comboio político" com o PM, e tb agradece aos portugueses os sacrifícios penosos destes em prol do tesouro.

- Dito isto, parece-me que os portugueses, que detestam o verdadeiro paternalismo de pendor salazarento, vigente ao longo de 4 décadas, e que algumas pessoas confundem com a fig. do Estado-regulador (que, se bem administrado culmina na fig. do Estado-mínimo, i.é, num certo Estado liberal), devem rejeitar este tipo de agradecimento envenenado, que apenas é feito como técnica de sobrevivência política e de compra de silêncios na esfera pública, a fim de evitar tensões sociais.

- Mal comparado, é como fazermos um assalto à casa do vizinho e, acto contínuo, telefonar-lhes pedindo desculpa pelo sucedido.


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