Alienação política nacional
Esta economia do desastre será julgada pela história futura, que julgará as cumplicidades presentes. Este novo vazio, esta nova barbárie patente no espaço público pela conteúdo e forma que o debate político nacional vem assumindo em Portugal, só é prova que uma nação inteira está alienada, e o indivíduo, peça dessa engrenagem, converteu-se num ser meramente pretensioso, qual Álvaro da expiação colectiva duma nação que hoje agoniza em busca de projecto, de futuro e de esperança. Mas enquanto não podemos contruir a realidade, resta-nos vegetar na fantasia - alimentada pela questão de saber que um determinado Quadro Comunitário de Apoio deve ser gerido pelo ministério A, B ou C, porventura usando um alfabeto também ele alienado ou a aguardar reforma com o novo acordo ortográfico, nesta espuma dos dias que hoje baliza a vida colectiva. Numa palavra: nós tornámo-nos na própria barbárie, embora sem derrame de sangue...A esquizofrenia, à luz dos comportamentos dos agentes políticos nacionais, é hoje o fundamento psicológico e ideológico - e até programático - da própria organização da Política e do funcionamento do Estado. Não existe plano nem projecto nacional, mas existe essa esquizofrenia, como documento no post infra, relativamente à questão de saber se numa questão de gestão de verbas cruciais para o desenvolvimento da economia nacional - tais verbas devem (ou não) ser reafectas a um outro ministério (Finanças, no caso vertente). Seria, passe a analogia, como se no decurso dum jogo, se pretendesse alterar as regras do próprio jogo, com desprestígio do jogo e dos seus competidores.
Ora é a este retrocesso político e humano que chamamos, sem ironia, "liberdade". Só que esta mesma liberdade parece ter um gosto amargo da alienação colectiva aceite, humilhando um país inteiro que assiste a este retrocesso politico - impávido e sereno, demonstrando que, afinal, o homem politico do séc. XXI é inferior ao humano - reduzindo todo um povo à condição de infra-gente, já que não se sabe organizar para gerir os escassos recursos disponíveis. As verbas do QREN - que também estão alienadas, por falta de projectos para as dinamizar.
Na prática, o homem aceita acreditar na ilusão democrática a fim de conservar o conforto da sua aparente liberdade. Ora isto não é senão o reconhecimento da aceitação da limitação da liberdade individual e colectiva. No limite, a aceitação da destruição da liberdade e entrarmos na funda avenida da servidão.
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