Quando a democracia pode ser totatlitária. Evocação de Friedrich Hayek
Na história da evolução da democracia notamos que há avanços e recuos, corsi e ricorsi, seja no pensamento, seja na acção política.
Portugal atravessa hoje um desses momentos de desorientação doutrinária, política, programática e até ideológica relativamente a conceitos essenciais da governação e da vida do Estado na esfera da globalidade. Esta realidade, paradoxal nos seus termos, revela que a democracia representativa que conhecemos pode evolucionar para uma democracia totalitária sem que, nessa trajectória, haja derrame de sangue, à semelhança das experiências totalitárias do centro e leste europeu no quase meio século de Guerra Fria.
Basta, para o efeito, que um governo eleito, logo com legitimidade democrática, pode bem tornar-se num poder totalizador. Por exemplo, quando o PM confere poderes desmedidos ao ministro das Finanças, nuns casos, ou ao ministro da Adm. Interna, noutros casos (mais em situações de pré guerra civil).
Estes exemplos na distribuição de força na arquitectura do poder no seio dos governos, ilustram o facto de como a democracia tem uma diversidade de formas, podendo o seu poder democrático tornar-se verdadeiramente totalizador - pelas opções politico-ideológicas que assume num dado momento da sua história - sem, com isso, deixar de ser um poder democrático. E é nesse paradoxo político perigoso em que hoje se converteu o Portugal contemporâneo, cujos efeitos negativos se fazem sentir no funcionamento da economia minando os alicerces da sociedade.
Foi para sublinhar essa deriva dangereuse que aqui e agora evocamos uma pquena parte do imenso legado intelectual de um grande intelectual e de um excepcional economista, Friedrich Hayek.
Etiquetas: Quando a democracia pode ser totatlitária. Evocação de Friedrich Hayek
<< Home