domingo

Portugal não planeia e por isso não tem futuro - por Ângelo Correia -

DN
O ex-ministro da Administração Interna de Pinto Balsemão considerou hoje que Portugal não planeia" sendo por isso um país "sem futuro" e que serve de "alavanca
gem" para que países como a China "entrem no mundo".
Ângelo Correia, elemento próximo de Passos Coelho, afirmou num seminário na Universidade do Minho que "um país que não planeia é um país sem futuro" e que "Portugal não planeia" não tendo por isso futuro.
"Portugal há muitos anos deixou de planear e planear significa encontrar um caminho para as nossas atividades que seja aceite por todos e para o qual o Estado fornece instrumentos, diferenciações, e que as pessoas sabem o que devem e podem fazer", explicou.
Para este ex-governante, planear é ainda "dar opções estudadas e pensadas" e que "isto deve ser feito em conjunto entre empresas e Estado".
Como exemplo do que afirmou, Ângelo Correia apontou o setor da construção: "A indústria da construção está em crise, mas a reabilitação urbana não está. Se fosse planeado devidamente haveria uma alternativa à construção civil numa área que faz falta, há mercado e mão-de-obra".
O antigo deputado considerou ainda como "fator de competitividade" de Portugal o "passado, a presença no mundo". Alias, este é, para Ângelo Correia, o motivo pelo qual "muitos países terceiros" procuram empresas portuguesas.
O exemplo da REN e da EDP são sintomáticos. A China escolhe Portugal pela alavancagem que os portugueses dão às atividades destas empresas no mundo tornam-
nas mais credíveis e rentáveis", explanou.
Mas, alertou, o "difícil é mudar outras coisas": "A mudança não pode ser só no nosso comportamento. Deve ser também no comportamento do Estado", disse.
No entanto, apontou, "o Estado ainda não mudou o suficiente".
PS: Infelizmente Ângelo Correia tem razão, na forma e no conteúdo das suas declarações. Portugal não investiu em células de prospectiva para melhor planear o seu futuro em todas as áreas e sectores da governação. E o resultado dessa ausência de planeamento - genérico e específico - está à vista em cada política pública, pois as que não são impostas a Portugal a partir de Bruxelas, resultam de erros de avaliação doméstica que se traduz depois nos resultados financeiros, económicos e sociais que todos conhecemos.
Por último, não é de somenos este tipo de críticas mais institucionais vindas de AC - que visa directamente o PM, principal responsável pela condução das políticas do Estado. Um PM que chefia um executivo há quase 1 ano e que não tem sido capaz de apresentar resultados na economia nacional, apenas apresenta austeridade sobre austeridade.
Pergunto-me o que diria Ângelo deste Gov se não fosse amigo pessoal do actual PM?! Ou será que já não é...

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