sexta-feira

Pensar chinês

Na China tudo tem relação com tudo: intuição, razão, pensamento, acção. É um povo numeroso, como é sabido, são eminentemente práticos, são workaholiks, têm mais a noção dos deveres do que a noção dos direitos, ao invés do homem Ocidental que julga só ter direitos.
Todo o seu pensamento é orientado para as questões práticas, têm elevada consciência social, desenvolvem muito as relações humanas (ent...re chineses), cultivam os valores morais e a práxis política em busca da harmonia. Mas sendo pragmáticos - tal não significa que descurem o lado transcendental do mundo a fim de atingirem uma consciência mais elevada. Estádio alcançado só pelos sábios, homens iluminados - seja pelo lado prático da vida, seja pela dimensão mística do universo.
É assim que o gestor/decisor/político chinês se comporta quando negoceia com interlocutores internacionais, seja para comprar participações em empresas ocidentais (EDP, por ex.), seja para negociar um Tratado internacional que envolva a transição de soberania dum pedaço de território (Macau) para soberania chinesa.
- Hoje a China é CREDORA de meio mundo, são os novos senhores da economia global. E são assim porque trabalham mais, consomem menos, geram menos desperdício e canalizam todas as suas energias de formiguinha para a produtividade e a competitividade globais ao serviço da causa global chinesa. Portanto, o séc. XXI será o século chinês - com a sua marcada espiritualidade, mas também com a posição quase hegemónica que alcançaram no mundo dos negócios globais - cujos termos e condições passaram a ditar em qqr canto do mundo.
- Por estas razões, a Rep. Popular da China é hoje um rei em movimento, com a sua sabedoria intuitiva e contemplativa, a sua quietude, armas que fazem deles hábeis negociadores em qqr domínio de actividade, em qqr canto mundo.
- Sem querer dormimos com eles, pousamos nossas cabeças nas suas almofadas, navegamos na Net com energia produzida por eles, pedimos empréstimos aos bancos para comprar casa, carro e fazer férias controlados por eles.
- Neste universo de "conquista e glória" (como que a vingar os tratados desiguais do séc. XIX) parece que só as mulheres chineses é que não nos agradam, ou não despertamos nelas qqr interesse, o que não surpreende. Pois quando um deles morre tb desconhecemos para onde vai, aliás, descobrir o pensamento dum chinês é sempre o maior dos sarilhos, a maior das opacidades, o enigma dos enigmas.
- É com esta gente com que hoje o mundo inteiro tem que dormir e acordar. Para o melhor e para o mais enigmático...
- Numa palavra: aprendamos mandarim.

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