sexta-feira

Amado entrou no cockpit do avião e descobriu que o co-piloto era um macaco morto

Gostei de ver Luís Amado dizendo que caso se comprove que os EUA sobrevoaram o espaço aéreo português para voos de repatriamento de prisioneiros, iria exigir um pedido formal de desculpas à República Imperial dc. É bonito isto!! É claro que isto não passa de diplomês - que tem o seu equivalente no economês para a esfera da economia.
Há muito que já se percebeu que entre a razão tecnico-jurídica e a raison d´État se interpôs na vida política de Amado um factor chamado Julinho Assange - que é o novo "descobre-carecas planetário". Seguramente, isto não basta para correr com o ministro Amado, que até tem pose, assim como os respeitosos cabelos brancos de Teixeira dos Santos mas, em rigor, ninguém já os leva a sério no país-real. Infelizmente, é esta a percepção que já se transferiu para a opinião pública.
Mais valia Amado ter assumido que Portugal - como aliado de referência dos EUA - e integrando a mesma civilização de valores - tivesse ajudado uma nação aliada e fundadora da NATO - a transportar terroristas que, por razões logísticas, tiveram de fazer escala nos Açores. Onde estava o problema em aceitar e reconhecer políticamente esta realidade que, hoje, a Wikileaks vem desnudar - queimando o MNE e chamuscando o próprio PM..
Mesmo que a esquerda mais radical - BE e PCP - se opusessem no Parlamento a essa ajuda, PS, CDS e PSD deveriam fazer passar essa vontade em nome de valores, princípios e organizações que comungam. Ao fim e ao cabo, amanhã acções de terrorismo podem eclodir em Lisboa, Porto, Setúbal, wherever, e as razões de segurança deveriam sobrepor-se a outras considerações mais ideológicas e sectárias.
Amado não conseguiu parar a fúria deste touro, e agora o touro ameaça dar-lhe uma valente cornada. Mas Amado é forte, por isso vai reclamar um pedido de desculpas à única superpotência mundial. Daria vontade de rir, se não fosse grave e lamentável.

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