terça-feira

Passagens de Fernando Pessoa - 75 anos passados da sua morte

Que mau conjunto! Que falta de humanidade e de dor! Eram reais e portanto incríveis. Ninguém faria com eles um quadro de romance, um cenário de descrição. Decorriam como lixo num rio, no rio da vida. Tive sono de vê-los, nauseado e supremo.
Obs: Podia ser uma lente clínica de Pessoa sobre a generalidade do nosso [falhado] escol dirigente. Podia ser o retrato mais idiota, deprimente, crísico e recessivo de Portugal das últimas décadas. Podia ser, se calhar, é. Mas não deveria ser. Quase um século após a sua morte, Pessoa tem sempre razão. E é pena.

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