António Marinho Pinto reeleito bastonário da Ordem dos Advogados
Obs: Confesso que, dos trÊs candidatos, sempre apreciei mais o estilo frontal e até rebelde de Marinho Pinto. Ex-jornalista, frontal, sincero, destemido - Marinho "espuma" verdade em cada palavra, em cada poro da pele. Assumiu as guerras que tinha de assumir contra as corporações mais reaccionárias do sistema judicial português, a magistratura e os sindicatos do sector, que estão completamente descredibilizados e politizados, nas pessoas do sr. Palma e do sr. martins. Marinho empreendeu algumas reformas - que terá agora oportunidade de concluir, como um maior acesso à justiça, mais transparência nas negociatas da formação feita pelos sindicatos - que deixa agora alguns advogados descontentes, na medida em que viviam dessas formações. Marinho irá também combater a massificação da classe em Portugal. Saliente-se que hoje existe quase tantos advogados como casos por dirimir, e isso gera uma luta fratricida dentro da classe dos advogados em Portugal. Seria também útil que Marinho conseguisse regular a tarefa dos advogados estagiários que trabalham de borla para os seus patronos e que grandes escritórios de advogados - que todos conhecemos quais são - têm tirado partido disso de forma ilegal, indigna e selvagem. A institucionalização do exame nacional no acesso ao estágio também pode ser uma opção racional para disciplinar e requalificar o sector. Mas, acima de tudo, e apesar do estilo estridente de Marinho, o facto de ele falar pondo o dedo na ferida e falar sem medo, constitui mais uma vantagem do que um handicap para a classe, para as pessoas que precisam de ter acesso à justiça em Portugal e, também, para com essa casta de magistrados que ainda pensa viver na idade medieval e que reclamam para si regalias, status e privilégios como se o tempo tivesse parado no séc. XIII. A esta luz, Marinho é uma luz de verdade, de rebeldia, de forntalidade e de justicialismo que urge reintroduzir no débil sistema de justiça em Portugal, se queremos ter uma sociedade mais justa e uma economia mais moderna e competitiva. É por este conjunto de razões que felicitamos daqui Marinho Pinto por mais esta sua vitória que, esperemos, seja também uma vitória da justiça em Portugal.
PS: GosteI de ver, recentemente, Marinho Pinto ter desmontado o jornalismo de cordel feito pela dona Manuela moura guedes em pleno directo na TVI. E isto nada tem a ver com as perseguições a Sócrates, remete apenas para o jornalismo isento, objectivo e rigoroso que Guedes nunca soube o que é, e Marinho, neste particular, prestou mais um serviço ao país. Se foi um "provedor da cidadania", como diria o advogado Filipe de Carvalho, que ficou em último lugar nesta eleição para a OA, pouco ou nada importa. O que importa é que Marinho é, a cada momento, a vox da verdade, e a verdade é, como diriam os filósofos da Grécia antiga, meio caminho para a boa consecução da JUSTIÇA - que, infelizmente, é (ainda) a excepção em Portugal.
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