O que diz a imprensa do Orçamento
O Orçamento do estado é hoje a manchete dos vários jornais nacionais. Mas um Orçamento ainda incompleto, por falha do Governo. Pela primeira vez em 20 anos.JN
O documento foi entregue pelo Ministro das Finanças quando faltavam apenas 35 minutos para o fim do prazo legal, e sem o relatório com todo o quadro macroeconómico que fundamenta as opções do Executivo, escreve o Diário de Notícias. Esse documento só chegará hoje ao Parlamento. ‘Risco de ilegalidade’, avança o mesmo jornal, embora nenhum partido tenha ousado falar de inconstitucionalidade. JNegócios
Já o jornal i destaca o peso da austeridade para os portugueses, que vai custar 11,5 mil milhões de euros em 2011. Os ricos vão pagar 11% da crise, enquanto os mais pobres e a classe média terão de suportar a fatia maior, adianta o diário.
Um orçamento ‘amargo’, escreve o jornal Público, que dá a conhecer as medidas de austeridade já apresentadas. O Estado vai pedir um tecto de endividamento até 6,6% do PIB, os impostos e contribuições para a Segurança Social sobem 4%, e os gastos com o subsídio de desemprego descem 6,5%. Segundo o Correio da Manhã, o aumento da carga fiscal vai traduzir-se numa factura de 3.100 euros por cada português no próximo ano. De acordo com o Orçamento, a receita fiscal deverá subir 3,8% em relação a 2010, podendo o Governo arrecadar 33,2 mil milhões de euros.
O Expresso avança com a notícia de que o PSD se está a preparar para a abstenção, e que terá cancelado uma viagem para negociar até ao dia da votação. O CDS admite a abstenção em conjunto com o PSD, avança o semanário.
A entrega do relatório ficou ontem marcada para as 10:30 de hoje, mas voltou a ser adiada para as 15 horas.
Obs: Diria, como cidadão deste país à beira-mar mal plantado, o seguinte: prefiro as tragédias ficcionadas às tragédias reais, já que estas não têm a limpidez daquelas, apresentam mais sangue, e representam ainda uma dificuldade suplementar, que reside na circunstância de os seus protagonistas não poderem interromper a representação e retirar-se de cena para repousar, como ocorre nas tragédias ficcionadas, em que o autor, dramaturgo ou encenador manda nos actores em cena. Numa palavra: este OE para 2011, 2012, 2013...quiça até 2015.., no fundo até à data em que se mantiver a crise, perdão, a recessão na economia portuguesa, será uma forte causa do nosso empobrecimento colectivo, divergindo da Europa, e isso tem, obviamente, de ser responsabilizado. Nem a Espanha, com 20% de desemprego, faria um OE tão castrador das empresas, famílias e pessoas, como o que se afigura entre nós; nem a Grécia tem um PIB tão pigmeu quanto o nosso. Mas persiste uma filosofia que defende a nossa produtividade e capacidade de trabalho e competitividade. É-o, de facto, mas em sectores restrictos e num número muito específico de empresas. Tudo razões que nos levam a poder duvidar da nossa própria identidade nacional e, a prazo, reequacionar a nossa estratégia de sobrevivência enquanto projecto nacional. Nem a Europa já nos vale!!! Como diria um amigo meu: ainda bem que passo cada vez mais tempo abroad!!! Ainda bem para ele, digo eu.
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