terça-feira

Política à portuguesa...

É certo e sabido que existem muitas pessoas, milhares talvez, que no decurso das campanhas eleitorais deslocam o seu sentido de voto, pelo que são muitos os que acham que alguns eleitores acabam por ser teleguiados, e aqui as explicações são multicausais cabendo à televisão um papel crucial nessas variações. Ainda assim, a grande esmagadora maiorida dos eleitores não muda o seu sentido de voto, por razão será assim?! Não muda dada a multiplicidade de apelos diferentes e contrários, fazendo com que as solicitações dos media acabem por se neutralizar umas às outras.
Sucede que nos seus tempos, Hitler, Mussolini e outros "democratas" não contavam com o peso da tv para divulgar as suas mensagens, mas nem por isso deixavam de magnetizar as pessoas através dos seus discursos eficientes.
Hoje, de modo diverso, os media acabam por gerar uma necessidade específica de personalidades fortes, dotadas de linguagens ambíguas, e nisto Pedro Passos Coelho é eficiente (sem, obviamente, o pretender comparar aqueles personagens históricos), e são essas narrativas ambivalentes que permitem a cada grupo procurar aquilo que cada um deseja econtrar.
Isto significa, na prática, que entrámos no mundo da máxima intersubjectividade que vai introduzir ainda mais incerteza nos sistemas democráticos quando aquilo que precisamos é, precisamente, o oposto.

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