Endogamia é a "nova" modalidade de corrupção no ensino politécnico e superior em Portugal
A endogamia constitui actualmente uma das piores modalidades de corrupção no ensino em Portugal. Especialmente ao nível das regiões mais desertificadas devidamente identificadas. As lógicas de poder, a indiferença e a reverência de algumas pessoas relativamente aos corpos directivos dessas instituições de ensino permitem que tais práticas corruptivas se perpetuem e multipliquem, com manifesto prejuízo para a coesão interna das sociedades e, a médio e longo prazos, representam práticas verdadeiramente anti-económicas para as regiões e para o país no seu conjunto. Estas "novas velhas" modalidades de corrupção ao nível do ensino politécnico, potenciado pelos mecanismos de inbreeding, que estabelecem cumplicidades pessoais, institucionais e familiares, corrói as instituições académicas e alimenta todo um conjunto de poderes que aniquilam o critério da meritocracia. Métodos e práticas que serão devidamente enquadrados num retrato sociológico lamentável do Portugal velho e novo, salazarengo e democrático que ainda não percebeu que não se pode enganar o povo sempre, ainda que se possa enganá-lo algumas vezes, ainda que com custos estruturais para o país.
A endogamia ao nível do ensino superior e politécnico comporta aspectos nocivos para a sociedade, já que algumas das suas práticas, especialmente ao nível do recrutamento de docentes, se tem desenvolvido com violação grave das mais elementares regras de transparência e de mérito relativamente à selecção dos candidatos. Assim, alguns desses institutos no país, com particular incidência em certas regiões mais desertificadas, essas práticas corruptivas privilegiam a integração de amigos e de familiares no corpo docente, violando as boas práticas dos concursos públicos que deveriam presidir a tais recrutamentos. Em certos casos a violação é tão grave que contempla famílias inteiras nas mesmas instituições sem que, para o efeito, os critérios do mérito, da competência e da transparência e ajustamento do perfil das pessoas à função seja o critério. É um fartar de vilanag... Alguns destes casos já são conhecidos pelas autoridades ligadas ao Ensino Superior e C & T.
São, pois, estes fenómenos, de endogamia e de inbreeding que são objecto de estudo por um conjunto de investigadores que já começaram a identificar essas práticas corruptivas, essas instituições e quem as promove no seu seio e que serão objecto de medição e divulgação em termos dos efeitos nocivos provocados às comunidades onde tiveram e têm lugar tais formas de corrupção em Portugal.
O estudo não incide apenas no presente, comporta também uma dimensão retrospectiva a fim de se perceber as dinâmicas corruptivas geradas nesse meio politécnico e a forma como os mecanismos tentaculares da endogamia e do inbreeding operaram nos últimos 15 anos.
Pois sabe-se que tais métodos e práticas representam actualmente no país um dos efeitos mais corrosivos das instituições académicas em Portugal e alimenta um conjunto de poderes e de micro-clientelas verdadeiramente parasitárias, baseadas em certas cumplicidades, troca de favores, por vezes de recorte ostensivamente familiar, que violam os mais básicos princípios de recrutamento de docentes em Portugal e das boas práticas ao nível da gestão que deveriam presidir à vida dessas instituições de ensino. Sobretudo no interior, onde a desertificação, o acesso à cultura e a prepação dos alunos mais padece da eficiente formação dos docentes, tantas vezes formados nesse meio endogâmico - fazendo deles meras correias de transmissão desse tipo de corrupção institucional que tem esfrangalhado o ensino em Portugal.
Alguns docentes mais independentes e com provas dadas na sociedade conhecem essas práticas corruptoras, enquadram-nas no espaço e no tempo e sobre elas têm trabalhos e reflexões e estão a agir em conformidade, até no quadro do estudo em curso que será concluído oportunamente, o que valorizará em muito aquele corpo de conclusões, porque alguns testemunhos são verdadeiramente impressionantes e fundamentados no realismo dos factos.
Etiquetas: corrupção, Endomagia, ensino politécnico e superior Portugal, Inbreeding
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