Países prometem bloquear acesso de “actores não-estatais” a material nuclear
Esta é considerada a mais importante reunião dos últimos 65 anos (Jason Reed/Reuters)
Os líderes dos 47 países participantes na cimeira sobre a Segurança Nuclear em Washington concordaram em tomar uma série de acções coordenadas para “prevenir actores não-estatais de obter a informação e a tecnologia requerida para transformar materiais nucleares de forma maliciosa.
O objectivo é impedir o acesso de organizações terroristas a materiais como plutónio e urânio enriquecido utilizados na construção de armamento atómico. Segundo especialistas dos Estados Unidos, há 15 anos que a Al-Qaeda tenta obter uma arma nuclear. Num comunicado conjunto a divulgar no final da sessão plenária – e do qual só está ainda a circular um primeiro rascunho –, os países participantes reconhecem o direito ao recurso à energia nuclear com fins pacíficos, mas perante “novas e descnhecidas ameaças”, comprometem-se a tomar medidas para assegurar que os materiais nucleares permanecem protegidos e sob o controlo dos governos. Os líderes reunidos em Washington vão reafirmar a sua confiança no trabalho da Agência Internacional de Energia Atómica das Nações Unidas, que tem a responsabilidade pela vigilância dos programas nucleares a nível mundial. Além disso, os participantes vão apelar para uma maior cooperação internacional no sentido de resolver os incidentes de comércio ilícito de material nuclear. Obs: Por regra, a linguagem sociopolitológica define actores "não-estatais" aqueles que estão além do indivíduo e aquém do Estado, e neste espaço inscrevem-se as ONGs, os Movimentos Sociais, Associações de diversa natureza. Certamente que os grupos terroristas são actores não estatais (e não governamentais), mas ao tipificá-los como actores não-estatais, ainda que entre aspas, estabelece-se um paralelo perigoso (a evitar) com os demais actores. Feita esta nota de forma, importa dizer que esta Cimeira sobre Segurança Nuclear é da maior importância estratégica para o saudável convívio internacional, sobretudo para travar o Irão de dispor dessa tecnologia para fins militares. Se não se conseguir travar o Irão significa que os países mais radicais do Médio e extremo Oriente também passam a aceder a essa tecnologia, e isso implicaria a existência de um mundo mais perigoso e incerto, além de mais gastos nos orçamentos militares com a defesa, o que agravaria as condições económicas globais nesta conjuntura de crise e de recessão para alguns. Portanto, constatamos aqui o linkage entre as questões militares, de paz e de desenvolvimento, daí a pertinência da Cimeira de Washington e das medidas que se lhe seguem a adoptar pela Comunidade das nações, sobretudo para impedir que o terrorismo se torne mais globalitário.
Etiquetas: Cimeira em Washington, Segurança Nuclear, Terrorismo
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