"Amor de Mãe"... a Reforma
Tribunal considera que Abel Ribeiro actuou de forma consciente quando asfixiou a mãe, decepou o cadáver e o guardou na arca frigorífica. Crime foi descoberto dez meses depois. dn
Apesar de Abel Ribeiro sofrer de doença bipolar, o Tribunal de Pombal entende que o homem, de 36 anos, agiu de forma "voluntária e consciente" quando, em Agosto de 2008, matou a própria mãe. Uma vez que o médico que observou o arguido não conseguiu determinar o grau de descompensação à altura do crime, o colectivo de juízes concluiu que Abel estava "capaz". E, ontem, condenou-o a 18 anos e seis meses de prisão, por homicídio qualificado e profanação de cadáver.
Mais do que descompensação, Abel "revelou autocontrolo" na forma como geriu o dia-a-dia após o crime, avaliou a juíza Maria João Velez. O arguido desfez-se de todas as provas do homicídio - só o cadáver ficou no congelador de casa, em Albergaria dos Doze (Pombal), durante dez meses - e continuou a sua vida de forma normal, dizendo aos vizinhos que a mãe tinha emigrado para França.
"O arguido conviveu com o cadáver de forma, no mínimo, macabra", afirmou a juíza. Abel mostrou arrependimento, "mas percebe-se que o que o preocupa são as consequências para si próprio", avaliou Maria João Velez.
A juíza considera ainda que Abel Ribeiro revelou "presença de espírito", uma vez que, depois do crime, continuou a ir levantar a reforma da mãe.
O tribunal acabou por decidir por uma pena superior à sugerida pelo Ministério Público (MP). Durante o julgamento, o procurador do MP tinha colocado a hipótese de uma pena a rondar os 16 anos, atenuada pela "imputabilidade diminuída" do arguido. Mas a juíza admite que a decisão final acabou até por não ser "tão severa quanto a sociedade esperava". (...)
Obs: Sem comentários.
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