sábado

A liberdade no PSD: congressos a um dia.

Confinar a realização dos trabalhos de um Congresso, qualquer que ele seja, é limitar o espaço de liberdade e de intervenção de cada um, mas há sempre quem concorde e quem discorde. Passos concorda, Rangel discorda, Branco contará pouco. O resto, Santana e outros, estão, naturalmente, desagradados. Em rigor, o país já sabe o que esperar das suas propostas para a sociedade, para a economia e para o Estado. Mas a essência da democracia interna do partido sai já beliscada, na medida em que a igualdade de oportunidade de cada um intervir, considerando aqui os delegados, fica liminarmente coarctada, o que é negativo. Salvo se se considerar, como parece fazer rui Machete, que ninguém terá nada de interessante para dizer ao partido e, por via dele, ao país. É a própria igualdade que torna os homens independentes uns dos outros, que os faz contrair o hábito e o gosto de seguir apenas a sua vontade nas suas acções particulares, e esta independência de que gozam, em relação aos seus iguais, é aquilo que os predispõe a considerar que quando não têm oportunidade de participar nas coisas públicas - algo lhe sugere logo a ideia e o amor pela liberdade, que esta pequenina decisão de recorte administrativo de Machete vem questionar. Nem o BE faz congressos a um dia, mas a estima que o presidente da Mesa do Congresso do PSD tem pelo seu próprio partido é tal que, no seu entender, um dia basta. Estranha noção de liberdade política. De facto, o preço da liberdade é a eterna vigilância, e aquilo que se afigura neste pequeno fait-diver, que não deixa de ser sintomático da decadência em que Ferreira leite deixa o partido, é que o PSD carece de uma grande e profunda limpeza...

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