O que os líderes podem aprender com formigas e elefantes?
NEWSLETTER 11/2009
Parte 2: O que os líderes podem aprender com formigas e elefantes?
A gestão da empresa, que todos sabemos que se realiza pela gestão de pessoas, é a gestão da formiga na longa fila de formigas rumo ao objectivo. É a capacidade em parar, apoiar, partilhar, manter a motivação, para que toda a fila continue e prospere. A formiga não pensa apenas nela, mas a nível colectivo. O líder é aquele que gere uma empresa, como um organismo vivo numa colectividade. Caso outro líder o suceda, a fila sabe continuar rumo ao objectivo, a espécie sobrevive a crise, funciona como um sistema, e não auto aniquila-se.
Podemos também aprender como seleccionar líderes, seja na política, seja na empresa com o elefante. Com um período de vida entre 60-70 anos, são conhecidos por uma das redes sociais melhor articulada no reino animal, como também força, inteligência e “personalidade”. O investigador George Wittemyerg da Universidade de Califórnia constatou a interessante forma de comunicação e liderança dos paquidermes. Os elefantes estão em permanente deliberação de decisão, quer no caminho a percorrer, na alimentação, como na segurança da espécie. Nem sempre existe consenso, porque todas as opiniões são importantes. Quando após discussão isso acontece, a matriarca líder dá a última palavra, para um acordo. As fêmeas líderes, em geral mais velhas, não são escolhidas pela idade, mas antes pelo facto de provar serem dignas do cargo de liderança. Os líderes são escolhidos de acordo a um conjunto de critérios, tais como, (SABER MAIS...) capacidade de comunicação, relação social, habilidade em resolver situações socialmente difíceis, o comando através do respeito dos seus congéneres, e deve provar em crise, que possui sabedoria, coragem e táctica para superar tal momento.
As eleitas, que possuem melhor comida e abrigo para dormir, em contrapartida são as que possuem maiores responsabilidades, sendo elas que perante um grupo de predadores, ou um conflito com outro grupo de elefantes, se posicionam a frente, podendo significar a morte ou ser ferida.
Talvez possamos aprender como escolher líderes com os elefantes. Enquanto a crise é uma condição sine qua non da selecção do líder, a nossa sociedade, brinda as excepções que vencem a crise. Em tempo de crise, a líder elefante assume a responsabilidade, e procura sabiamente uma solução, usa a coragem aliada a táctica, para sair do problema e a diplomacia para mover todo o grupo a quilómetros de distância. Quantos gestores partilham as dificuldades e sua táctica, para conseguir a cooperação e focam-se em soluções, ao invés, dos problemas? Quantos gestores despendem colaboradores, sem passar essa árdua tarefa ao departamento de recursos humanos? Quantas empresas estabelecem como parte da política e missão, manter o sistema consciente que é um todo, e a “morte” de um elemento prejudica a “espécie”?
Mais uma vez é a sobrevivência de todo um sistema. A preservação do sistema é também conhecido como motivação. Um líder sábio, respeitado e que partilha tem como resposta adesão do grupo, tal como os paquidermes. A motivação, talvez esteja muitas vezes associada a comandar por benefícios monetários, vouchers ou divertimento, sendo um simples exercício de valores. O que é importante para quem eu lidero? Amparar num momento difícil o subordinado mostra-se mais importante do que oferecer um jantar e uma palmada nas costas. Os benefícios irão manter os colaboradores por algum tempo, curto prazo, enquanto os valores a longo prazo.
Portanto, quando o maior inimigo do elefante é o próprio ser humano, e quando o elefante representa a memória da ecologia do planeta, que está em risco de extinção, talvez andamos a dar tiros nos próprios pés. O shift na liderança deste século, não é ser líder, mas viver a liderança como missão de vida.
Artigo por Ana Karina Milheiros,
Revista Recursos Humanos Magazine – Setembro/Outubro
Fundadora e Coach, MORE Institut.
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