quinta-feira

Maria João Rodrigues é uma séria candidata a um Prémio Nobel como reconhecimento do seu trabalho intelectual

Europe, Globalization And The Lisbon Agenda
  • Edited by Maria João Rodrigues, Professor, IEE-ULB – Institute for European Studies, Université Libre de Bruxelles and Special Advisor to the European Commission
    The Lisbon Agenda aims to prepare Europe for globalization by updating European policies for research, innovation, competition, trade, employment, education, social protection, environment and energy at both European and national level. Designed to inspire the new cycle of the Lisbon Agenda until 2010, this timely and significant volume explores the intellectual elaboration of the agenda for the coming years. It includes key contributions from some of Europe’s leading scholars and will undoubtedly prove a monumental addition to the current literature.
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    Contents: Preface Introduction
    Part I: Developing the Lisbon Agenda at the European Level
    Part II: The European Lisbon Agenda and National Diversity
    Part III: The External Dimension of the Lisbon Agenda
    Part IV: The Lisbon Agenda and European Governance
    Conclusion
    Index Contributors: I. Begg, J. Berghman, R. Boyer, B. Coriat, W. Drechsler, J. Goetschy, B.-Å. Lundvall, P.C. Padoan, M.J. Rodrigues, L. Soete, M. Telò, Á. Török .
  • Notas do Macroscópio:
    Para os portugueses menos familiarizados com estes temas é útil perceberem que há portugueses de grande qualidade cultural, técnica e científica na Europa. Maria João Rodrigues é um desses exemplos. Discreta mas eficaz. Ao invés doutros que se põem em bicos de pés e depois nenhuma contribuição efectiva dão para a construção da Europa, a não ser fazerem discursos no Darfur onde acartam com saquinhas de farinha sob os olhos atentos das câmaras da CNN, mas isso não passa de show of para mundo ver.
    Maria João Rodrigues foi conselheira especial do PM para a presidência portuguesa da UE, é hoje uma das principais figuras internacionais que mais impulsos deu à (construção) da Europa social e à sociedade do conhecimento, e até ajudou o Governo Zapatero a estruturar o seu programa de Governo. Qualquer dia está a dar uma mãozinha a Barack Obama nos EUA... Inaugurando, assim, a figura do conslheiro global, atendendo ao facto de que hoje os problemas também são globais.
    Quando se fala na Agenda de Lisboa o seu nome é uma inevitabilidade, pois foi ela que funcionou como "mãe" desse projecto de uma Europa mais competitiva assente na sociedade do conhecimento. Hoje o seu nome alinha ao lado de Joseph Stiglitz (Nobel da Economia em 2001) e as suas contribuições para uma nova Europa, mormente em matéria social, são de grande valia técnica e política (e científica).
    Mas o que talvez mais singularize Maria João é o seu desinteresse com que faz as coisas, o modo altruista como se envolve nos projectos em que acredita fazem dela uma personalidade singular com um perfil verdadeiramente cosmopolita e nobilizável num futuro próximo.
    Com efeito, não escrevo aqui isto por ser português e a autora do livro também, mas porque, verdadeiramente, Maria João Rodrigues é um "activo" em qualquer parte do mundo. A Economia do trabalho é um tema candente nas sociedades contemporâneas, e os seus estudos e contributos na área podem ajudar a identificar novas fórmulas para limitar os estragos sociais desta globalização predatória que hoje o mundo inteiro vive, produzindo esse flagelo chamado desemprego - com os dramas sociais associados que se conhecem.
    Ora, se os seus trabalhos estão engrenados nessa área, hoje prioridades para a economia mundial, e atendendo à sua grande qualidade intelectual e científica, não me surpreenderia que dentro de um, dois, três ou quatro anos - visse o nome de Maria João Rodrigues como um dos nomes nobilizados na área da Economia.
    Se acontecesse não seria mero acaso, mas um reconhecimento tão justo quanto oportuno pela qualidade, originalidade e sustentabilidade do seu trabalho. Um trabalho que tem por objectivo a criação duma economia mais competitiva com mais e melhores empregos e mais coesão social, numa estrutura europeia alicerçada na economia do conhecimento que foi traduzida em novas orientações para as políticas da sociedade da informação, investigação, empresa, reformas sociais e económicas, educação, emprego, protecção social e inclusão social.
    No fundo, aqueles roteiros para a inclusão que sua excelência o PR, cavaco Silva anda a fazer pelo País não passam duma versão das "presidências abertas" de Mário Soares, mas que, na realidade, nenhuma consistência técnica têm e/ou significado produzem na economia real. São apenas prelúdios de eleições com que os players adoçicam os eleitorados para ganhar eleições.
    Nesta medida, talvez não fosse má ideia, num futuro próximo, integrar algumas das ideias da Agenda de Lisboa nesses roteiros, assim já se teria uma base de trabalho concreta passível de ser medida ao termo de um, dois, três ou quatro anos - que é a duração do mandato presidencial. Infelizmente, a semana passada Portugal assistiu ao roteiro de Cavaco pela Inclusão para registar uma única frase: Não tenho nada para Vos dizer... O que deprime ainda mais os portugueses, como é de supôr.
    Aqui fica a "profecia" que, espero, se realize nos tempos mais próximos e, sobretudo, com vantagens para os milhares de europeus que podem ainda beneficiar dos resultados das formulações intelectuais de Maria João Rodrigues. Resultados que depois consubstanciam políticas públicas na esfera da economia europeia e que podem ter efeitos indutores na generalidade das políticas públicas desta Europa que hoje está sem liderança política e privada de pujança social e económica.
    Alia jacta est, ou seja, os dados estão lançados...