José Eduardo dos Santos, um presidente que não gosta de viajar para o estrangeiro
José Eduardo dos Santos, um presidente que não gosta de viajar para o estrangeiro, in TSF
José Eduardo dos Santos quer aumentar as trocas comerciais entre Lisboa e Luanda e foi por isso mesmo que marcou esta viagem, mesmo não gostando de viajar para o estrangeiro.
Conta-se pelos dedos as viagens oficiais de José Eduardo dos Santos. Avesso a sair de Luanda, para encontros políticos, mesmo que sejam cimeiras internacionais, o presidente de Angola escolhe ao detalhe onde e quando quer ir. Com o país a registar taxas recorde de crescimento económico, José Eduardo dos Santos tem optado por visitar países que apostam em investir em Angola.
Daí que Portugal suceda ao Brasil, China e Alemanha com uma carteira de interesses apertada.
Portugal e Angola conseguiram uma parceria que tem levado muitas empresas portuguesas a ver em território nacional uma tábua de salvação, mas Angola também quer entrar em força no mercado português.
Bancos, energia, comunicações, transportes e até clubes de futebol estão na mira dos empresários angolanos.
Em tempos de crise, Angola sobrevive e exibe petróleo. Portugal precisa de dinheiro, Angola busca conhecimento e formação.
Politicamente, as relações entre os dois países atravessam a melhor fase. Depois da tensão dos anos 80, do século passado, foi precisamente pela mão de Cavaco Silva que as relações, Estado a Estado, normalizaram.
A consolidação do namoro político aconteceu na visita de José Sócrates a Angola, logo no início do mandato e tem sido solidificada pela relação privilegiada entre o PS e o MPLA.
Curiosamente, de uma assentada, José Eduardo dos Santos vai estar reunido com os dois políticos portugueses que mais apostaram nas relações com Angola.
Negócios dominam visita do presidente de Angola a Portugal , in tsf
Obs: Seria interessante que Portugal encontrasse mais meia dúzia de "Angolas" para investir no País, promovendo também os nossos quadros junto daquele imenso e rico País africano. Esta é uma nova fase das relações entre a ex-metrópole e uma velha colónia, em que até parece que, mercê da força do ouro negro, a ordem dos factores se inverteu. Mas esse complexo colonial hoje pouco ou nada importa, urgente mesmo é encontrar vantagens comparativas no maior número possível de sectores e áreas de actividade em que, por razões históricas e culturais (com a língua à cabeça) as duas partes devem alargar os seus domínios de cooperação.
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