Um autarca a quem pedem seja polícia e MAI. Uma originalidade no nosso sistema de Governo
António Costa recusa responsabilidade da CML no tiroteio, in TSF
O presidente da Câmara de Lisboa recusou, esta segunda-feira, qualquer responsabilidade da autarquia na situação que se vive no bairro Portugal Novo, nas Olaias, onde no domingo se registou um tiroteio, esclarecendo que não se trata de um bairro municipal.
António Costa, presidente da Câmara de Lisboa, recusa responsabilidades da autarquia no tiroteio que ocorreu em Olaias.
António Costa começou por dizer que «não há nenhum plano municipal» relativamente ao bairro Portugal Novo, marcado por ocupações selvagens de casas e por um dia-a-dia de ameaças, apesar de existir uma esquadra na zona.
Para além disso, acrescentou, aquele local «não se trata de um bairro municipal», logo é uma propriedade «estranha ao município».
António Costa sublinhou ainda que «assaltar uma casa ou dar tiros não é um problema urbanístico», mas sim «um crime».
Se posteriormente, «em torno da questão criminal», se identifica um «problema urbanístico ou social», isso «é outra matéria», acrescentou.
Obs: Ficámos hoje a saber que quando ocorre um problema de segurança e de violência na cidade chama-se o edil da capital para restabelecer a ordem pública e regular a conduta das pessoas autores dos desacatos ou da utilização de armas. O que é uma originalidade no nosso sistema de Governo. Isto em parte deve-se, talvez, ao facto de a população pensar que António Costa ainda é o ministro da Administração Interna, mas não é. Talvez o actual MAI se devesse preocupar mais com a gestão das esquadras na cidade e, através delas, garantir a segurança às populações, independentemente de os tiroteios ocorrerem nas Olaias ou no Restelo ou ainda nas arcadas do Terreiro do Paço. Hoje começa-se a perceber que algo vai mal no ministério de Rui Pereira - que nesta crise nem se ouviu. Esperemos que os media, amanhã, a pretexto de um incêndio num hotel da Baixa com a consequente necessidade de realojar as pessoas - não vão pedir ajuda ao titular do MAI nesta inversão de papéis a que chegámos, em boa parte porque a PSP em Lisboa anda mal distribuída e imputa aos autarcas responsabilidades que são, primeiramente, da esfera de competências do responsável pelas polícias.
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