Nus do "Magalhães" afinal foram aceites

Nus do "Magalhães" afinal foram aceites, in JN ALEXANDRA MARQUES

A procuradora adjunta do Ministério Público de Torres Vedras recuou na decisão da véspera e autorizou - após do pedido do presidente da Câmara - que fossem mantidas as imagens "pornográficas" do "Magalhães".

O recuo já era esperado pelo autarca (socialista) Carlos Miguel quando, anteontem, ao falar com a delegada do Ministério Público (MP), Cristina Anjos, e segundo relatou ao JN, esta "ficou surpreendida e até constrangida ao ver que o material em causa (o autocolante) não continha qualquer matéria pornográfica".

A queixa foi apresentada por Mário Andrade Lucas, residente na cidade, que considerou ofensivas as imagens - que se encontram expostas há 15 dias em frente ao Hotel Império. "E a senhora delegada do MP nem verificou in loco se era verdade", antes de enviar à autarquia o fax, solicitando a retirada urgente das ditas fotos, sob ameaça de serem apreendidas. (...)

Obs: A estória é ridícula e lamentável. Só mesmo o MP é capaz de erros desta natureza, revelando que os seus titulares ainda não perceberam que já estamos no séc. XXI, e não no caldo de cultura reaccionária do séc. XIX. Isto evoca-me uma expressão de Francisco Sousa Tavares - quando se referia a uma certa classe dizendo que estavam sentados à manjedoura do Estado sem nenhuma contrapartida à sociedade. Em vez do MP se tornar mais competente, acompanhar o passo da sociedade e prevenir futuras fugas de informação que têm sido regra na corporação mais reaccionária do País, os seus titulares, quais "Diáconos Remédios", estão é preocupados com umas imagens de umas meninas em bikini estampados no Magalhães. Ainda por cima no carnaval. É mau demais para ser verdade.

Quanto ao tal "Lucas-ofendido", que deve ser um grande bota-de-elástico já deve ter entrado para a história de Torres Vedras pela porta pequena do falso moralismo no estilo mais retrógrado de que há memória no Portugal decadente e salazarento. Envie-se o sujeito para o Brasil numas mini-férias pagas à sua custa.