segunda-feira

Nova função do Estado: ocupar-se da felicidade e da conta-corrente dos portugueses-aforradores. A crise

Até ao momento o Estado assegura um conjunto de funções económico-sociais, zelando pelas fronteiras, pelos negócios estrangeiros, pela Justiça (mal), pela saúde, educação, moeda. Hoje, porque os tempos mudaram e o homem ficou mais ávaro e guloso, o capitalismo financeiro sentado nas administrações da banca tem-se comportado de forma miserável, e não apenas em Portugal, como amiúde por esse mundo. Os sinais soprados da América ainda não sei se funcionam para alguns de nós como prosa contabilística inspiradora, mas depois as maroscas lá se descobrem e uns lá vão parar à pildra, outros marcam estágios ou audições parlamentares, como quem vai gravar um disco alí à Valentim de Carvalho. O que é facto é que o Estado, com tanto cambalhaço deixando os portugueses mais inocentes e crédulos de mãos atadas, terá de teorizar um novo direito-dever e consagrá-lo na Constituição e vertê-lo como práxis política. Ou seja, o Estados numa lógica de diminuição de estragaos sociais, deverá, sobretudo após os escândalos BPN e BPP, passar a ocupar-se da felicidade das sociedades, cabendo aos governos reclamar-se do direito de gerir minuciosamente a conta-corrente e até as pequenas poupanças dos tugas. Porventura, será esta a melhor forma de potenciar os lucros e diminuir os prejuízos e infortúnios aos portugueses - que têm tomado más decisões em matéria bancária. Creio que será um direito emergente que caberá ao Estado formalizar, justificando essa nova função social do Estado como se tratando dum direito de cidadania global para fazer valer aos bancos os direitos patrimoniais dos privados que, assim, respaldados pela espada e direito do Estado (de preferência acompanhada com uma cartinha de recomendação de Teixeira dos Santos) asseguram o direito à felicidade conta-corrente. Desta forma, o infortúnio de centenas de clientes do BPP jamais terá um rosto mudo na política.
Para entender a crise financeira - The Last Laugh - Subprime