sábado

Líder do Hamas apela a uma terceira Intifada. Era de esperar...

Vem aí mais um ciclo de violência no MO - que se pode infiltrar em capitais europeias e nos EUA onde, directa ou indirectamente, os interesses cruzados de israelitas e de palestinianos se misturam. Obama terá de pensar bem na política para o MO e a Europa também terá de sopesar que diplomacia manter com uns e com outros - que teimam em resolver problemas de fronteira com base na política da bomba. O MO sempre foi um sarilho, com ou sem petróleo - sê-lo-á nos próximos decénios. O extremismo religioso encarrega-se de multiplicar essa nova onda de violência que já foi jurada, aguarda apenas o melhor momento para ser executada.
É a desilusão de Deus...

Reuters.
Líder do Hamas apela a uma terceira Intifada, in Público
O líder do Hamas no exílio, Khaled Meshaal, apelou hoje aos palestinianos para iniciarem uma terceira Intifada contra Israel e anunciou que o movimento islamista decidiu retomar os atentados suicidas, em retaliação pelos bombardeamentos deste sábado contra a Faixa de Gaza, que provocaram mais de 200 mortos.
“Apelamos a uma Intifada contra o inimigo. A resistência vai continuar através de operações suicidas”, anunciou Meshaal, em entrevista à televisão Al-Jazira, a partir de Damasco, cidade onde está exilada a cúpula do movimento islamista.
Pouco antes, Ismail Haniyeh, antigo primeiro-ministro palestiniano e líder da administração do Hamas na Faixa de Gaza garantiu que os bombardeamentos israelitas – que destruíram quartéis, campos de treino e edifícios públicos – não vão vencer o movimento, mesmo que o território “seja arrasado”. “Não vamos pôr as mãos ao alto, não vamos desfraldar bandeiras brancas, não vamos ajoelharmo-nos sem ser frente a Alá”, garantiu Haniyeh, ameaçando “levar o Inferno” a Israel para vingar os mortos.
Esta manhã, numa primeira reacção, o movimento tinha pedido aos seus seguidores para vingarem a “matança” promovida por Israel e pouco depois, um “rocket” palestiniano atingia a cidade de Netivot, provocando um morto e quatro feridos.
A primeira Intifada (expressão árabe para “tremor”) marcou um período de sublevação popular iniciado em 1987, com confrontos diários nas ruas dos territórios ocupados, e só terminou com os acordos de Oslo, que em 1993 abriam caminho à criação da Autoridade Palestiniana.
A segunda Intifada teve início em Setembro de 2000, quando o então candidato a primeiro-ministro, Ariel Sharon, visitou o Pátio das Mesquitas, em Jerusalém, uma ofensa para os palestinianos, que viram naquele gesto um indício da intenção israelita de continuar a ocupação dos territórios israelitas. A revolta, que ficou marcada por um crescente protagonismo das forças do Hamas, foi esmagada na sequência de várias ofensivas militares e acabaria por perder força após a retirada israelita da Faixa de Gaza, ao mesmo tempo que se intensificavam os conflitos entre as diferentes facções palestinianas.