sexta-feira

Santana Lopes já não espela pela Manela. E Lisboa, espera por ele?! Duvido... Papá, eu quero levar o rinoceronte para casa.

Imagem picada na rede.
PSD
Santana disponível para concorrer à Câmara de Lisboa
Santana Lopes mostrou-se, esta quinta-feira, em entrevista à TSF, disponível para ser o candidato do PSD à Câmara de Lisboa nas autárquicas do próximo ano. Ao quebrar o silêncio sobre a eventual candidatura, o antigo primeiro-ministro disse que aguarda agora a decisão de Ferreira Leite, mas frisou que não vai mendigar por ela.(...)
O antigo primeiro-ministro, que abandonou a gestão da autarquia lisboeta para assumir a liderança do Governo, após a saída de Durão Barroso, em 2004, garantiu que, caso avance para Lisboa e seja eleito, não deixará o mandato a meio.
«Tenho todas as razões do mundo para não querer, não aceitar nem tolerar que isso se volte a repetir», frisou, acrescentando que, se avançar, será para tentar dois mandatos na Câmara de Lisboa. (...)
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Obs: A ansiedade política de Santana e a necessidade estéril de protagonismo faz com que ele atropele o timing de decisão da "governanta" do psd, Ferreira leite, para se impôr a Lisboa e, da varanda arejada da TSF, declarar papalmente, urbi et orbi, que será candidato a Lisboa pelo PSD. Porque não o fez, de novo, na Figueira da Foz, em Setúbal ou mesmo em Freixo de Espada à Cinta, ou em Celorico, onde Marcelo já é autarca..., e amigo dos bombeiros locais.
Veremos é se as coisas não se complicam internamente, e teremos - ao estilo de Isaltino - mais um candidato independente que, contra o seu próprio partido, resolve candidatar-se à capital como independente...
Contudo, não se compreende, dado o estado em que Santana deixou o País enquanto PM, a má governação que lavrou em Lisboa enquanto edil, o mau lugar que fez recentemente como líder do Grupo Parlamentar do PSD de Meneses - que acabou por cair - de forma indigna, o Santana, em bicos de pés, ainda faça todo este estardalhaço para se fazer anunciar - à revelia da direcção do seu próprio partido, e, assim, condicionar a dama-de-ferro a um acto consumado: o de que Santana já é candidato a Lisboa nas autárquicas de 2009, mesmo antes de Manela formalizar tal decisão nos órgãos do partido. É o que se chama uma grande embrulhada.
Depois a argumentação que santana justifica para se candidatar é, verdadeiramente, delirante e lamentável: se for é para fazer dois mandatos, desta vez é que é... Não deixará o mandato a meio, blá, blá, blá.
Vejamos a irresponsabilidade discursiva e autojustificadora de Santana:
1. Revela uma concepção privada (ou privatista) de captura do poder;
2. Revela uma concepção de que os cargos públicos - à segunda - é que são para levar a sério, ou seja, desta vez é que é, a outra em que foi edil foi para testar os patins-em-linha e abandonar a meio do mandato e deixar uma cratera em Lisboa - que ficou arruinada e num caos, ingovernável.
Esta concepção cleptomaniaca e delirante do poder revela a grande fragilidade de Santana Lopes, patente na sua incapacidade recorrente para resistir a impulsos de captura do poder (autárquico, nacional) porque eles são, na verdade, as vitaminas, os aminoácidos e os enzimas necessários à sua sobrevivência pessoal e política.
E, como em tudo na vida, antes do assalto (ao poder) - esse momento discursivo e cleptomaniaco da concepção do poder - entra num processo crescente de tensão.
Bem ou mal, muito ou pouco, estas condutas geradas por uma certa "perturbação do impulso" - para utilizar uma terminologia mais psiquiátrica, são patentes na vida política como na vida empresarial, académica e noutros sectores da sociedade.
Em inúmeros casos resultam de problemas e/ou disfunções de emotividade excessiva e de busca compulsiva de atenção que retrata aquilo a que técnicamente se designa de personalidade histriónica, cujo desconforto se verifica naquelas pessoas em que não aguentam estar mais de 5 minutos sem ser o centro das atenções. Seja na vida particular, seja na vida pública.
São precisamente as mesmas que mudam bruscamente de expressão emocional e de direcção (política) se o interesse ou a conveniência pessoal (ou partidária) a isso aconselhar.
Em Portugal, já começa a ser algo corrente este tipo de condutas de personalidades histriónicas, que também se podem cararaterizar por um estilo discursivo que impressiona excessivamente mas é fraco nos detalhes.
Além de revelar um excesso de auto-dramatização, teatralidade e expressão exagerada das emoções.
Todo este quadro psico-político me faz lembrar a história daquela criança que vai ao circo com o Pai e, de repente, se vira para o pai e diz:
- Papá, eu quero levar o rinoceronte pa casa...