O Congresso do PCP no Campo Pequeno: a dialéctica do Ódio
Seja como for, o PCP tem e deve ser respeitado por que representa muitas pessoas, mas talvez não fosse má ideia que começassem a ser realistas e olhar para a história duma forma menos violenta, com menos goulags nos discursos. Que, de caminho, se democratizassem internamente, que se reformassem, que tornassem o PCP num partido que não fosse retrógrado - e tivessem por referência ideológica o pc Norte-Coreano e Cubano - duas vergonhas totalitárias que ainda se socorrem de métodos totalitários - como forma de regulação social.
Pois são estes, precisamente, os regimes que Jerónimo apoia e elogia publicamente, ora isto é o descrédito completo desta gente. Revela até uma estupidez política inqualificável, reveladora de que nem a dinâmica histórica das últimas décadas perceberam.
Numa palavra: Portugal não é a Sibéria, aqui não se elogiam ditadores que são ao mesmo tempo criminosos promovidos a homens de Estado, de que Kim Jong II - representa um ser execrável. Castro, por seu lado, já deve anos à terra, o que nos faz supor que Deus é demasiado misericordioso. Até porque milhares de cubanos só serão livres com a própria morte de Fidel, momento a partir do qual o regime se terá de reformar e democratizar. Por enquanto, o regime está nas mãos do idiota do seu irmão e de mais meia dúzia de militares parasitas do Estado.
Enfim, ouvir Jerónimo é ouvir a cassete velhinha e riscada do PCP, que já passou de mão em mão pelos seus antecessores. Só muda a cor do papel e a capa do discurso. É perceber que o PCP tem uma memória selectiva, escolhe a parte da história que lhe interessa e esquece aquela outra parte que o compromete dos pés à cabeça. É o sectarismo habitual, adensado sem nenhuma renovação ou promessa de democratização interna que poderia fazer a diferença na esquerda em Portugal. E até reforçar as condições de governabilidade em conjunturas altamente complexas como a que vivemos. Mas o PCP quer é sague nas ruas, contestação social na 5 de Outubro é o que mais lhe convém.. Vivem da crise e para crise, quais "vampiros" do sistema político nacional.
A renovação para esta gente passa só por uma coisa com a qual teremos de viver: destruir o capitalismo (tarefa impossível) - que obviamente precisa de ser regulado e humanizado.
O PCP - escolheu o Campo Pequeno para debitar o seu discurso do ódio em Portugal, embora creia que aquela praça de touros tenha uma outra finalidade - cujas raízes e tradições são de respeitar aos amantes da tauromaquia que aqui não se deveriam misturar com as relíquias do partido comunista mais retrógrado do mundo.
Lamentavelmente, Luís Sá partiu cedo, na flôr da idade, mas era ele que representava a esperança e a renovação do PCP em Portugal, por isso lhe deixamos aqui este breve nota de evocação. Que descanse em paz, onde quer que esteja...
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