sábado

Santana "the Plumber": o canalizador da política à portuguesa...

O que existe hoje de Santana é a mais pura ficção. Uma ficção que até poderia inspirar uma bela narrativa, mas no seu caso inspira a mais triste gargalhada colectiva. E é pena...

A disponibilidade excessiva (obsessiva) de Santana, converteu-se numa espécie de canalização da política lusa, vista esta como uma rede de redes, com inúmeras bifurcações que terminam sempre num qualquer pólo de poder. Ou é numa autarquia (de preferência a capital), ou na ocupação do cadeirão de S. Bento (no papel de PM - faz-de-conta - depois demitido por Sampaio), ou no Sporting ou ainda, mais recentemente, na presidência do grupo para-lamentar do psd sob a liderança fatídica de Meneses - esse líder tribal do Norte que demandou a capital e depois também foi recambiado pelo peso das circunstâncias e a imposição dos factos.

Tudo em Santana remete para a mais insustentável leveza do ser, esterilidade pura sem que daí resulte um benefício para o bem comum. Se ele pudesse estaria na Sic a falar sobre sol & praia, na tvi a dissertar sobre o Parque Mayer e na RTP a debitar algo sobre a equipa do Sporting.

É animado por essa omnipresença da futilidade, por essa compulsão - que santana hoje ocupa o espaço público sempre hiper-disponível para um lugar de destaque, só que o reverso da medalha dessa compulsão gera um mal-estar que interfere com tudo aquilo que a pessoa é ou representa.

Num certo sentido, Santana - à força de ser popular - está a converter-se nesse ícone da classe média, alguém que precisa de emprego, ganha abaixo dos 170 mil euros/ano e passou a andar nas bocas do mundo. Por estas razões desconheço se Joe the Plumber não colheu inspiração no trajecto de Santana, o que é facto é que o ex-PM (sucessor de Durão em S. Bento) representa hoje o canalizador da política à portuguesa.