sábado

Mistérios da América. Humor é o melhor remédio...

Ante as múltiplas manifestações de força, talento e riqueza que os EUA têm revelado ao mundo ainda estou para perceber como é que nos States uma taxa de desemprego de longa duração baixa esteja ligada a um grau de pobreza assustador.
Desconheço se até Paul Krugman, o Nóbel da economia, será capaz de explicar este mistério. Ou seja, com as ferramentas que temos não nos é possível explicar racionalmente que existe a pobreza devastadora com um baixo nível de desemprego, cujas taxas nenhuma comparação têm com o que se passa na Europa - onde os números são bem mais feios...
Naturalmente, as estatísticas não choram e na América as estatísticas devem ser de porcelana, escondendo inúmeros factos que precisaríamos de conhecer. E é aqui que batemos contra o muro negro: estamos na maior potência do mundo, onde o dinamismo é mais efervescente e onde, paradoxalmente, a própria vida se torna mais perigosa. Um perigo que redunda em desgraça se a solidez financeira não fizer face às necessidades do quotidiano, desde a Educação à Saúde, só para referir dois sistemas cruciais da América que também revelam a sua maior vulnerabilidade.
A América é assim um país imenso e poderosamente rico, mas onde o papel da Segurança Social é do tamnaho duma ervilha, apesar dos esforços feitos ao tempo de Clinton para alargar esses cuidados. Esforços que foram por água abaixo, derrotados pelos lobies que hoje a sua mulher, Hilary - diz combater, em particular relativamente às malditas seguradoras privadas que só vêm dinheiro à frente.
No fundo, o mistério da América radica na sua própria doença, dado que se uma pessoa não tiver dinheiro pode chegar a um hospital de emergência, após ter sido atropelada - e esse mesmo hospital - depois de ter verificado a situação financeira do doente - excluir imediatamente essa pessoa dos seus cuidados.
É, aliás, corrente - e a 7ª arte tem-se dedicado ao tema - um hospital recusar um paciente, mesmo levado de urgência, se a sua solavabilidade não for verificada. Eis a América de Obama e de McCain - que impávidos e serenos irão assistir no futuro essa mesma América continuar a cometer "homicídios voluntários" ao rejeitar pessoas sem dinheiro para receber cuidados de saúde.
À América do talento, da riqueza e da maravilha tecnológica e da exploração do espaço sideral temos, no outro lado da rua, a América dos homicídios voluntários cometidos em directo nos próprios hospitais.

Mais um traço da América contemporânea
Humor para combater a crise e a depressão
The Last Laugh - George Parr - Subprime - subtitulos