quarta-feira

Max Weber graffitizado numa parede de Lisboa

Imagine que vê Max Weber pintado em graffiti numa das paredes de Lisboa e lhe pede parecer sobre o patrimonialismo consuetudinário na CML - vigente nos últimos 20/30 anos, o que diria o maior sociólogo da modernidade!?

Sendo difícil este tipo de exercício, arriscamos aqui um projecto de resposta: já não é alternativa pensar entre a ética da convicção (de base kantiana, que releva dos princípios) e a ética de responsabilidade (de base maquiavélica e tem a ver com os fins da política na polis) que, não raro, divide as elites.

Se elas querem, de facto, tornar-se, garante do interesse geral, encarnando a exigência do tal bem comum de que falava Aristóteles, os decisores têm de possuir uma e outra ética(s). Casando Kant com Maquiavel, os valores da justiça, da igualdade e liberdade com os verdadeiros fins da política.

É claro que aqui a teoria e a práxis de Nicolau perde para Aristóteles (cuja noção de bem comum é mais personalista), mas a política é essa arte e techné que visa substituir problemas por utopias - que são sempre as realidades de amanhã.

A tal ponto de, nesse amanhã que canta, não haver uma única pessoa na Capital que precise duma casa atribuída pela CML, porque as pessoas, todas elas, passaram a ser absolutamente autosuficientes.

Isto implica declarar guerra à pobreza e à própria cupidez dos homens.