segunda-feira

Sempre que o "pasquim da sonae" mostrar a "pilinha" do autor da manchete...

... Todas as pessoas de bem que têm dois dedinhos de testa irão lembrar-se disto:
O jornalismo não é apenas uma profissão que tem uma deontologia, que observa regras de objectividade, isenção e rigor em relação à "verdade", aos factos que a cada momento se conseguem apurar e são validados pelas instituições legais e legitimas do país.
O jornalismo (sobretudo o de ideias - que muitos desconhecem - porque nem a porcaria duma licenciatura conseguiram tirar ao longo duma vida...) envolve palavras, juízos, conceitos, enfim, todo um sistema metafísico que remete para a construção dum pensamento que, por sua vez, nos empurra para uma certa organização espiritual e cosmovisão.
Ora, isto é algo mais do que viver agachado à sombra dos mandos do 2º homem mais rico de Portugal, já ultrapassado largamente por Américo Amorim.
Viver agachado, por outro lado, significa que se anda sempre com as calcinhas borradas, e isso produz mau cheiro por onde quer se passe.
Fazer jornalismo, bom jornalismo é, afinal, não apenas uma técnica mas também uma arte. Técnica e arte que alguns idiotas desconhecem por completo, por mais vezes que se apresentem na caixa negra, na rádio e noutros meios serão sempre uns anões do raciocínio, uns pigmeus do pensamento, uns coveiros da palavra e da própria escrita. Vivem para matar narrativas que, na realidade, nunca compreenderam. Aqui, lamentavelmente, aplica-se o famoso Princípio de Peter...
Essa gente não enriquece nem a palavra nem valoriza o jornalismo, parasita-o, empobrece-o, mata-o. E o mais triste é quando são os próprios colegas de profissão a saber que a coisa é assim. Mas burro velho já não aprende...
A verdade e a beleza devem ser postas em relação, até num jornal, assumir uma dignidade estética, e não fazer manchetes como quem faz abortos em roda livre através duma mente desgovernada, treinada para - pavlovianamente - acenar ao cifrão que passou para 2º lugar - neste mundinho governado pelo vil metal e pelos améns empresariais, dando aos seus fautores títulos de maus jornalistas, homicidas da palavra e da imagem e canalhas da estética.
Coisas de que ouviram falar, mas que, em rigor, desconhecem. A prova provada da sua ignorância da palavra, da imagem e da estética está na razão directa da forma como (tentam) relacionar essas três vertentes (forçadamente) - em que "a bota não bate com a perdigota", e de que a manchete supra é [mais] um exemplo aberrante.
Reflexo da confusão de sentimentos e impreparação técnica, intelectual e jornalística para escrever o que quer que seja.