Rosália Vargas e a requalificação das Escolas. "O erro é uma verdade a aguardar vez" - como diria Vergílio Ferreira...
Nota prévia Macro: Em certas circunstâncias, que designaria de mudança de plataforma tecnológica em que ocorrem procedimentos importantes para a modernização da nossa sociedade e economia, desenrolam-se concursos para os quais é, à partida, necessário um saber especializado.
Ora, a nossa Administração Pública (central e autárquica), e até as empresas privadas povoadas - esmagadoramente por PMEs - em que os "patrões" já vão (felizmente) começando a ser cada vez mais "gestores" - só tardiamente chegou ao domínio dos saberes info-virtuais. Mas nesse trajecto cometem-se os tais erros, omissões lapsos de transição de registo em que se opera - tudo insuficiências que resultam duma transição lenta na utilização da mudança para plataformas mais sofisticadas - em que deixámos o passado e entrámos no futuro.
Aprendemos muito com os nossos próprios erros. Por vezes, escrevemos a lápis quando o podemos fazê-lo on-line, buscamos o velhinho mapa de papel em lugar de solicitar o mapa on-line, telefonamos quando podemos enviar um mail. E em matéria de concursos também já não podemos entregar os projectos em suporte de papel, mas sim on-line, mediante o correcto preenchimento de formulários, manipulação de passwords, campos e mais campos nesse labirinto virtual em que muitos dos procedimentos administrativos hoje já são tratados.
Em suma: a sociedade da informação tem plataformas próprias, códigos próprios que até os especialistas em informática, por vezes, não sabem manipular, formulários que nem todos sabem preencher e um sem número de operações virtuais que, hoje, um cidadão, uma repartição pública, uma autarquia, uma empresa, enfim, qualquer organização tem, necessáriamente, de saber consultar e manipular sob pena de tudo comprometer..
Por vezes - nesta transição de plataformas, o pessoal administrativo não está cabalmente qualificado para funcionar à cadência das tecnologias de informação de que dispõe. Quando esse gap ocorre emergem problemas. Mas se as ideias e o rumo delas estiverem lá - nada está perdido, apesar de a prudência mandar que neste caso todos, pessoal administrativo e pessoal político, devemos tirar as devidas ilações e evitar erros virtuais desta natureza para o futuro.
Ora, a correcção destes erros de transição de plataforma também é uma tarefa da Escola, daí a ironia de toda esta situação...
QREN: Câmara de Lisboa ordena inquérito interno para apurar responsabilidades
Lusa e Público
A Câmara de Lisboa ordenou um inquérito interno para apurar responsabilidades sobre as falhas nas candidaturas a fundos comunitários para financiar a construção e requalificação de escolas.
No período antes da ordem do dia na reunião de câmara de hoje, a vereadora com o pelouro da Educação, Rosália Vargas, anunciou o inquérito, mas desdramatizou mais uma vez a situação, afirmando que as candidaturas avançarão na segunda fase do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN).
"De facto a primeira fase do QREN não foi executada com êxito, mas esta falha não inviabiliza a concretização do programa Escola Nova, que nunca poderia estar dependente apenas destas candidaturas", afirmou. A responsável respondia às críticas do PSD, que considerou as falhas nas candidaturas "um erro lamentável".
"A Carta Educativa de Lisboa foi aprovada à pressa em Abril por causa das candidaturas ao QREN, mesmo reconhecendo que não era perfeita e tinha algumas falhas", afirmou a vereadora social-democrata Margarida Saavedra, que apresentou um requerimento pedindo para ter acesso a todo o processo.
As candidaturas em causa diziam respeito a dois projectos de ampliação - Escola Básica do 1º Ciclo das laranjeiras e Jardim-de-Infância de Alvalade - e à construção de raiz de um estabelecimento de ensino no Bairro do Armador, cuja primeira pedra foi lançada numa cerimónia em finais de Junho. Cada projecto aprovado recebe um máximo de 800 mil euros de fundos comunitários.
Lisboa não foi a única autarquia a falhar a primeira fase do QREN. As câmaras do Seixal e o Barreiro também não conseguiram entregar a tempo as respectivas candidaturas. A primeira fase do concurso para a requalificação da rede escolar do primeiro ciclo da região de Lisboa decorreu entre 18 de Janeiro e 30 de Junho, com uma participação comunitária de oito milhões de euros.
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