Magalhães, o PC nacional
'Magalhães' à venda até ao final do ano em Portugal
ANA TOMÁS RIBEIRO, in dn
Meta. Já no próximo ano lectivo serão disponibilizados 500 mil computadores
Projecto terá mais investidores além da JP Sá Couto e Prológica
É pequeno, mas resistente aos líquidos e aos choques. Feito para crianças do primeiro ciclo do ensino básico. Mas não só. É para todos os que queiram ter um computador portátil de baixo custo. Por isso, o consórcio formado pela JP Sá Couto e a Prológica que vai produzir o novo portátil Magalhães, ontem apresentado no Pavilhão Atlântico em Lisboa, promete colocá-lo à venda no mercado português já no final deste ano. A garantia foi dada ao DN por João Paulo Sá Couto, um dos dois irmãos donos da empresa que fabricará o PC, em Matosinhos, e que conta com a tecnologia da Intel, bem como da ESC, parceiras tecnológicos do projecto.
João Paulo Sá Couto diz ainda que a empresa se prepara já para "exportar o Magalhães para outros mercados da Europa, para alguns dos PALOP e países da América Latina" com os quais já está a desenvolver contactos.
Já garantida está a encomenda de 500 mil unidades para o Governo português, que pretende disponibilizar já no próximo ano lectivo computador para todos os alunos do primeiro ciclo do ensino básico. Mas as encomendas podem ser bem superiores se países como a Líbia e a Venezuela vierem a concretizar as compras já apalavradas com o executivo português no âmbito de acordos já assinados.
Como a capacidade de produção actual da fábrica de Matosinhos é de 40 mil unidades por mês, o projecto de ampliação da mesma vai arrancar já, disse o gestor da JP Sá Couto. Sem querer avançar, para já com o valor do investimento em questão, porque à JP Sá Couto poderão juntar-se outros investidores, referiu que nesta fase inicial a empresa prevê criar já 80 novos postos de trabalho directos. Depois, conforme as encomendas, poderá chegar aos 250 novos empregos. Até porque está prevista a construção de uma nova unidade, também em Matosinhos. Além destes há os postos de trabalho indirectos, a criar nas empresas nacionais que irão produzir componentes para o novo PC, que agora será produzido com 30% de incorporação nacional, mas o objectivo é 100%, com excepção dos processadores Intel, como explicou o primeiro-ministro na cerimónia que deu a conhecer a "Iniciativa Magalhães".
Obs: Quando ex-maoistas facciosos e sectários como José pacheco Pereira se referem a iniciativas empresariais desta natureza e envergadura como se tratando de propaganda do Governo - só se pode concluir que aquilo é mesmo uma doença. Entretanto, Sócrates vai aproveitando as sinergias que consegue criar com a Intel, as empresas nacionais envolvidas neste interessante projecto que irá aproveitar a milhares de crianças em Portugal, os futuros homens de amanhã - que se desenvolverão com skills mais vocacionados para as TIC. Mas não nos iludamos, o acesso às TIC jamais dispensará a leitura de livros, treino na sua interpretação e criação duma análise crítica alicerçada em saberes interdisciplinares. O acesso e o manuseamento mais fácil do PC e do seu software é apenas metade da caminhada, a outra metade remete para os instrumentos clássicos, dado que o livro deve ser visto como um complemento das TIC, e não um empecilho.
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