Cavaco a defender a sua razão-jurídica no quadro autonómico - mais parecia o "Sr. João Luís" a vender tapetes de Arraiolos...
Afinal, tínhamos razão: Cavaco ao defender a sua dama para não ficar enredado numa teia de poderes acrescidos no quadro do Estatuto Politico-Administrativo da Região Autónoma dos Açores emergente, diferenciando-o da Madeira e fazendo até perigar a configuração de poderes no actual sistema constitucional, anunciando que vai devolver o diploma à AR para as devidas correcções e expurgos de inconstitucionalidade, mostrou como detesta que outros lhe tirem poderes. Embora tivesse razão-jurídica, ratificada, aliás, pelo próprio TC ao chumbar 8 das 13 normas consideradas inconstitucionais, Cavaco poderia ter sido mais eficaz e enviar uma mensagem à AR com aquelas indicações. Mas não o fez, resolveu empolar a questão e fazer o número do psico-drama para mostrar quem manda. Mas a desproporção da sua posição foi tal que, a dado passo, me pareceu ver o "Sr. João Luís" (Cfr. vídeo infra) tentando vender aos tugas os famosos tapetes de Arraiolos. Confesso, por último, nunca ter visto Cavaco tão crispado como hoje. Nem mesmo quando soube que Santana foi para S. Bento... Não se indignou quando o país tem quatro centros e tal mil desempregados, a economia revela uma performance abaixo das expectativas, mas tratando-se da sua "quintarola de poderes" aqui d' el-rei. Com isto Cavaco revelou que não sabe usar apropriadamente os poderes que tem e faz-me lembrar duas situações, ambas tão exageradas quanto caricatas: 1. A do polícia que para inspeccionar os documentos do condutor acaba por dar-lhe um tiro por desobediência à autoridade; 2. E a situação daquele alentejano que após ter lido um anúncio da TAP a solicitar o recrutamento para pilotos de aviação civil - se apresenta à entrevista só para dizer para não contarem com ele. Por vezes o mau uso da razão-jurídica acaba por matar a razão-política. E agora os portugueses até vão para férias, aqueles que vão, ainda mais mal-dispostos do que antes de cavaco ter feito o psico-drama. E o mais estranho é que conseguiu ler aquele texto sem beber um golinho de água.., safa!!! Amanhã quando o PR anunciar que se vai dirigir à Nação já ninguém o ouve... E agora pode contar pela certa com Os Contemporâneos a fazerem um "sukete" caricaturando esse número, dizendo-lhe, de facto o seguinte: tu queres é aparecer, Óooo.
Imitação: Cavaco Silva toma posse
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