quinta-feira

A China continua ditadura. Merece censura da Comunidade internacional

Jogos mostram a china repressiva ABEL COELHO DE MORAIS
Direitos humanos. A Amnistia Internacional considera que desde que a China foi escolhida para os Jogos Olímpicos em 2001, se deteriorou a situação dos direitos humanos. As autoridades usaram os Jogos como pretexto para intensificar a repressão, neutralizando as ilusões de alguns sobre uma possível abertura do regime.
País critica Amnistia Internacional
O legado dos Jogos Olímpicos de Pequim não será positivo para os direitos humanos na China, conclui um relatório da Amnistia Internacional (AI) ontem divulgado, em que se traça um quadro pessimista sobre a repressão política no país que acolhe as XXIX Olimpíadas de hoje a oito dias.
O documento da AI conclui não se terem verificado mudanças qualitativas em aspectos centrais como a pena de morte, perseguições a activistas e opositores políticos, prisões sem julgamento. O relatório nota ainda o aumento das medidas restritivas nos media e na internet, acentuando uma tendência constatada em outros trabalhos da AI sobre a situação dos direitos humanos na China.
As conclusões da AI coincidem com um anúncio do Comité Olímpico Internacional (COI) em que avisa os jornalistas na China a acompanharem os Jogos de que a internet estará sob vigilância das autoridades e que estas vão bloquear muitos sites de conteúdo negativo para o regime.
O anúncio do COI vem confirmar os receios daqueles que consideravam vazias as promessas chinesas em matéria de direitos humanos e liberdade de imprensa, quando o país foi escolhido em 2001.
A situação obrigou ontem um dos principais responsáveis do COI, Kevan Gosper, a clarificar o alcance do livre acesso à Internet, mantendo que este se aplicava apenas a questões e sites relacionadas com as "competições olímpicas".
Um exemplo do controlo da internet era mencionado ontem num comunicado da AI, em que dava conta de estar bloqueado o acesso ao seu site - além de outros relacionados com a questão do Tibete, a BBC e medias de Taiwan, referiam por sua vez as agências - a partir do centro de imprensa dos Jogos em Pequim.[...]
Obs: Aqueles que costumam criticar certos aspectos da personalidade de líderes democráticos, por não gostarem da cor do seu cabelo, da forma como falam, ou até mesmo como tratam e vencem os debates parlamentares com a oposição, têm agora aqui um excelente motivo para criticar a China, ainda uma ditadura que reprime, censura e coarcta a liberdade nos seus mais elementares aspectos. Um país dois sistemas foi uma grande invenção para a RPC continuar a mandar no País através do PC-Chinês e, ao mesmo tempo, ter acesso às vantagens e ao conforto gerado pelo capitalismo e pela economia de mercado. Deng teve aqui uma ideia genial, mas que limita a elevação dos níveis de vida do seu povo.
Mas o mais curioso é que aqueles treinadores de bancada que por tudo e por nada embirram com alguns líderes verdadeiramente democráticos, em muitos caso por inveja, sobranceria e também para estarem sempre do contra e verem aí uma razão para existir, são precisamente os mesmos que se sentem perseguidos nas suas vidas burocráticas, mas não deixam de se comportar como manipuladores, censores, destruidores de carreiras em relação ao trabalho daqueles que fazem melhor e de forma mais criativa.
O PCP tem também aqui uma excelente oportunidade para se penitenciar e limpar a bocarra das enormidades que ao longo das décadas tem dito e defendido em Portugal. Um partido que se diz defensor das liberdades dos mais desfavorecidos e depois são os primeiros a calar fundo os horrores, as violações, as atrocidades e, agora, na China dos Jogos Olímpicos - a vedar o acesso a esses mesmos direitos humanos (que passa pela liberdade de informação) cometidos áqueles que na Praça de Tiananmen - e fora dela - tentam viver uma vida normal e normalizada.
Era isto, e não as tretas parlamentares ditas pela verborreia de jerónimo de Sousa e do seu sequaz Bernardino (amante do sistema político vigente na Coreia do Norte) - que o PCP mais retrógrado do mundo deveria ter a coragem de fazer e, com isso, abater os "muros de Berlim" que ainda sedimentam o seu esquema rígido de pensamento e a sua lamentável praxis política.