segunda-feira

Alves dos Reis - um "filantropo" da nossa praça. Outro "bom rapaz"...

in Wikipedia. ALVES DOS REIS
Filho de uma família modesta -- o pai era cangalheiro, tinha problemas financeiros e acabou por ser declarado insolvente -- Alves Reis quis estudar engenharia. Efectivamente, começou o primeiro ano do curso, mas abandonou-o para casar com Maria Luísa Jacobetti de Azevedo, no mesmo ano em que a casa comercial do pai faliu. Em 1916, emigrou para Angola, para tentar fazer fortuna e assim escapar às humilhações que lhe eram impostas pela abastada família de Luísa, devido à diferença de condição social. Começa como funcionário público nas obras públicas de esgotos.
Para ir para Angola, fez-se passar por engenheiro, depois de ter falsificado diploma de Oxford, aliás de uma escola politécnica de engenharia que nem sequer existia: a Polytechnic School of Engineering. De acordo com esse diploma falsificado, teria estudos de ciência da engenharia, geologia, geometria, física, metalurgia, matemática pura, paleografia, engenharia eléctrica e mecânica, mecânica e física aplicadas, engenharia civil geral, engenharia civil e mecânica, engenharia geral, design mecânico e civil. Ou seja, quase tudo... Com um cheque sem cobertura, comprou a maioria das acções da companhia dos Caminhos de Ferro Transafricanos de Angola, em Moçâmedes. Tornou-se rico e ganhou prestígio.[...]
O caso Ambaca
De volta a Lisboa, em 1922, compra uma empresa de revenda de automóveis americanos. Depois tenta apoderar-se da Companhia Ambaca. Para o conseguir, passou cheques sem cobertura e usou depois o dinheiro da própria Ambaca para cobrir os cheques sobre a sua conta pessoal. No total, apropriou-se ilegitimamente de 100 mil dólares americanos. Com esse dinheiro comprou também a Companhia Mineira do Sul de Angola. No entanto, antes de controlar toda a Ambaca, foi descoberto e preso no Porto, em Julho de 1924, por desfalque. Foi acusado também de tráfico de armas.
[editar] O caso das notas Vasco da Gama
Foi durante o tempo da prisão — só esteve preso 54 dias e foi libertado em 27 de Agosto de 1924 por pormenores processuais — que concebeu o seu plano mais ousado. A sua ideia era falsificar um contrato em nome do Banco de Portugal – o banco central emissor de moeda, e que na altura era uma instituição parcialmente privada – que lhe permitiria obter notas ilegítimas mas impressas numa empresa legítima e com a mesma qualidade das verdadeiras.
Em 1924, Alves dos Reis contactou vários cúmplices e outros colaboradores de boa-fé para pôr os seu plano em marcha. Entre os seus cúmplices e colaboradores encontrava-se o financeiro holandês Karel Marang van Ijsselveere; Adolph Hennies, um espião alemão; Adriano Silva; Moura Coutinho; Manuel Roquette e especialmente José Bandeira. Um pormenor importante era que José Bandeira era irmão de António Bandeira, o embaixador português em Haia.[...]
Obs: Pergunte-se ao defundo vigarista português, Alves dos Reis - o que faria para apanhar os seus colegas de ofício da A2, não obstante a diferença dos tempos, dos valores roubados e dos meios de transporte e explosivos utilizados.
A mente criminosa e a capacidade de planeamento estavam lá. E andam por aí hoje em novas versões, arrecadando outros valores, assustando a sociedade que, qualquer dia, começa novamente a guardar o seu dinheiro nos colchões.
O problema é que não há dinheiro para guardar (dado os elevados índices de endividamento dos portugueses à banca) e os incêndios este Verão também não abundam.
Enfim, nem tudo correu mal ao Ministro da Administração Interna, o prof. Rui Pereira, porventura dos ministros mais qualificados deste Governo.