segunda-feira

Notas Soltas - por António Vitorino -

António Vitorino defendeu que não se deve mexer nos impostos sobre os combustíveis como forma de reacção à subida dos preços do petróleo e à consequente carestia de vida dos portugueses. Fazê-lo seria manipular o mercado do sector dos combustíveis e criar ilusões nos portugueses que seriam, assim, ainda mais iludidos. Acresce que seria uma injustiça relativa para com todos aqueles portugueses que não tendo carro seriam forçados a subsidiar aqueles que o têm. Alterem-se, portanto, os hábitos de consumo, ande-se menos de automóvel, eis a imposição do mundo actual. Um mundo que dificilmente conhecerá uma situação com os preços do barril de petróleo abaixo dos 100 dólares. Por outro lado, é impressionante como hoje são os juristas de formação as pessoas que mais preocupações têm com a economia, mas que, por uma razão ou outra, passaram a ser mais sociólogos e economistas, apesar de serem juristas de formação. E isto, certamente, não se deve ao aumento do petróleo. Mas, de facto, hoje é a Economia que está a tomar conta das demais dimensões da actividade humana, é ela que se aproxima e dita as regras de actuação nos outros sectores do conhecimento. Logo, é também o conhecimento económico aquele que exige mais e melhor interpretação que intersecta toda uma série de ocorrências históricas, políticas, geográficas, sociais, jurídicas e até mesmo religiosas. Já agora, pergunte-se a António Vitorino se já desistiu do automóvel como forma de se transportar até ao emprego e nas viagens de lazer, ou se agora só anda de bus. Aposto que aquela alteração de voz se deve(rá) a uma gripe mal curada decorrente do recurso aos transportes (públicos). Portanto, uma consequência do aumento do maldito petróleo.