domingo

Maio de 68, quarenta anos depois. 40 anos!!!

A libertação sexual e a diversidade de comportamentos foi uma das tónicas do Maio de 68. A libertação sexual era assim uma espécie de "porta aberta" para as comunidades assumirem novas relações e, de caminho, rebentarem com a família tradicional - cuja estrutura consideravam opressora e puritana, conivente com o regime político que escavacaram. Uma dessas manifestações foi a sexualidade de grupo. Apesar destes exageros próprios de uma permissividade típica de momentos de grande agitação social, em que as normais sociais não estão estabilizadas e todos procuram seguir um rumo hoje, 40 volvidos, e por ironia do destino, verificamos que toda a Europa tem uma composição etária envelhecida, com taxas de natalidade regressivas, o que questiona os sistemas de Segurança social nos diversos países. Pergunto-me se aquela possibilidade de sexo em grupo poderia - hoje - inverter essa tendência no plano da Natalidade...
Comemora-se agora 40 anos após essa pequena grande revolução que foi o Maio de 68. Uma revolução feita por estudantes que rápidamente alastrou aos demais sectores da actividade social e económica. Sob o lema de que era Proíbido proibir e da Imaginação ao poder muita coisa se fez, muito costume se alterou. Foi uma espécie de fenómeno de compensação por anos de silêncio e impotência acumulados com os resultados do pós-II Guerra Mundial, pela hipertrofia dum certo modelo de sociedade, uniformizada - que se lhe opôs através duma grande ruptura vertida, precisamente, no Maio de 68. Em reacção contra a hiperorganização e uniformização da sociedade - na política, na cultura e na vida económica - contra um modelo post-industrial sem futuro para os jovens e para o ambiente. Daí que essas sub-sociedades (com epicentro nas universidades) se manifestassem contra a grande sociedade (da Política e do Poder instituído) - entretanto a ruir. Sub-sociedades essas (universidades, sindicatos, cultura, etc) que se disseminavam à velocidade da luz, como se houvesse uma relação paradoxal entre superdesenvolvimento e subpoderes - entretanto em gestação e de que o Maio de 68 foi o climax. Ao antigo black power sobreveio o Student power. Hoje, 40 anos depois dessa viragem é preciso analisar esse activo com rigor. Pois tudo se passou como se esses contravalores fossem dinamizados por contraforças que pugnavam por contrareformas num caldo de contracultura. Ou seja, é hoje interessante avaliar essa nova cultura, até porque a história não pára, e daí poderão aproveitar-se algumas lições para o futuro - que é já hoje.