Será a Administração do Estado um labirinto?
Quem quer montar uma empresa demora horas, dantes era um sacrilégio; quem pretende renovar o BI, Passaporte, Carta de condução e docs. conexos também passou a ser rápido, mercê das TIC que permitem armazenar e manipular informação em larga escala e em tempo real e programado. Portanto, por aqui se vê que algo mudou em muita coisa na relação do cidadão com a Administração, e ainda bem.
Ainda assim, a Administração Pública (AP) ainda padece de enormes vícios, e não me refiro aqui só aqueles funcionários cujos serviços foram desmantelados na sequência da nossa integração na UE, como as alfândegas, por exemplo, e outros serviços hoje povoados por pequenos funcionários que ocupam um lugar de manhã à noite sem nada fazer evitando, assim, que o Estado os mande para casa fazer tricot virtual. Fazendo no emprego sempre é o Estado que paga a conta da luz...
Com isto procuro significar que ainda existe alguma segmentação e desconexão e alguma falta de transparência do Estado para com o cidadão, além da crónica pesada burocratização.
Na prática, haverá um peso excessivo de ministérios e secretarias de Estado, uma desconexão das orgânicas governamentais, ainda muito definidas em função de equilíbrios partidários e pessoais, que se torna necessário contemplar com pastas ministeriais, do que por princípios de racionalidade (weberiana). E aqui, o PSD ainda conseguiu ser pior do que o PS, apesar de ambos terem de fazer um esforço de autocontenção nesta polítização da AP, que é crónica e que responsabiliza o centrão do post-25 de Abril que tem governado Portugal nestes últimos 30 anos.
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