quarta-feira

O mergulho de Santana

O mergulho de Santana numa piscina vazia chamada política à portuguesa
Santana Lopes tem muita vontade e pouca competência, tem imensa ambição e pouca sagesse. A prova disso decorre da sua incapacidade de saber esperar que os portugueses esqueçam as suas trapalhadas em S. Bento, agora emigradas para o hemiciclo e, por fim, na forma como faz e anuncia as suas politicas, i.é, nas modalidades que escolhe para "coçar o seu umbigo" publicamente, tudo factores que só o desprestigiam ainda mais, em lugar de o ajudar a convalescer políticamente das quedas que tem dado.

Como é que consolidei a minha ideia acerca deste player da política à portuguesa? Recorro à memória e sistematizo uns pontos:

1. Em 1988 frequentava o 2º ano do curso de Rel. Intern. e irrompe na rua da Junqueira este meteoro. Chega, apresenta-se e..., no day after nunca mais lá pôs os pés. Era suposto dar uma cadeira de Direito Comunitário, seguindo o livro do Mota Campos, mas o sujeito revelou um total desrespeito pelos alunos do 2º Ano do curso de Rel. Inter. da Universidade Lusíada, de Lisboa - que nem sequer avisou da sua desistência ainda antes de ter começado. Portanto, não falo de cor, exprimo factos, e estes não são muito recomendáveis. Mais do que inclinações políticas, atitudes destas denunciam quadros e tipologias de carácter.

2. Depois, confesso, fico sempre perturbado quando vejo alguém evocar abusivamente a memória de alguém para sobreviver politicamente, é o que Santana faz abundantemente na esfera pública em relação ao nome de Sá Carneiro. Tal revela duas coisas: falta de autoconfianaça e uso e abuso da memória dos mortos para cavalgar ondas politico-partidárias. Já nem quero aqui referir quando o dito se mete a rezar diante da campa de Franscisco Sá Carneiro e à saída, nos portões do cemitério, se põe a dar entrevistas. Isto tem nome: vampirismo político.

3. Hoje no Parlamento esperava conhecer as políticas alternativas de Santana para a área da saúde, e vejo o "canastrão da política lusa" (nome por que na gíria também é conhecido) tentar assassinar politicamente o PM, perguntando-lhe se foi ele que assinou todos os projectos de construção civil na década de 80, (na altura em que santana protagonizava cenas de pancadaria da Faculdade de Direito contra Durão Barroso, por causa de namoricos, ao que consta). Factos passados há quase 3 décadas. Pergunte-se a santana se já pagou dívidas de reparação de automóveis nas oficinas das avenidas novas.. É óbvio que este tipo de discussão é de café, não tem nível e, por isso, não releva para o chamado interesse comum.

É óbvio que o PM lhe respondeu à letra, recordando a campanha verdadeiramente canalha e infame que Lopes lançou a Sócrates só porque perdeu os debates com ele. Quer os debates pré-eleitorais, quer os debates na sic quando faziam comentário político. Quem não se lembra da campanha do Freeport em Alcochete? Ou das insinuações torpes e canalhas de santana de que o seu opositor queria "colo". Naturalmente, que não valeria a pena perguntar a cinha Jardim quais as performances sexuais do dito, e se havia uma relação pacífica ou se havia alguma violência. Cá está, outra vez, o tipo de discussão que nenhum interesse tem para a organização da sociedade e do progresso material dos portugueses. Mas santana, à falta de uma concepção global para o país e de um projecto sectorial para ele - tem, forçosamente, de recorrer à insídia como método normal de fazer política.

Daqui decorrem algumas conclusões objectivas que facilmente extraímos. A saber:

1. Não gosto, nunca gostei de oportunistas, Santana é-o. E convenceu-se um dia que seria um grande líder com base em duas falácias: a) ter apertado a mão meia dúzia de vezes a Sá Carneiro; b) e "incendiar" alguns Congressos do psd - que arrebatavam algumas palmas e outras tantas emoções das multidões em fúria. Dessas duas ilusões o menino-guerreiro cresceu na ilusão, com a ilusão e, ainda hoje, continua iludido.

2. Santana concorre hoje a vários cargos simultaneamente, já que o seu objectivo a curto prazo é sair o mais rápidamente possível de Presidente do Grupo Parlamentar, para o qual, de resto, não demonstrou vocação alguma. Desse modo, ele deseja: ser novamente edil de Lisboa; esmagar Meneses; e ser PM - tudo contas a ajustar com o PS de Socas.
Como jamais conseguirá dois daqueles desideratos, resta-lhe o prazer de esmagar Meneses que, à partida, já está esmagado - ante as risadas do ganda Nóia - que das surfadas do mar do Guincho hão-de ecoar nas ruelas da Lapa.

Somando todos estes sinuosos trajectos o momento seguinte só pode ser o do mergulho na piscina, vazia...

Infelizmente, a prestação de santana na esfera pública ao longo dos últimos anos tem-se saldado por uma sucessão de asneiras. E aqui o paralelo é dramático: tal como as nações, o homem não pode esquecer o seu passado a fim de preservar o seu futuro.

O problema de Santana é que o seu passado é tão-mau-tão-mau que nele a palavra futuro nem sequer cola...

E aí, consabidamente, será o fim: o mergulho na piscina vazia. Eis o significado daquela pose na imagem supra...