quinta-feira

A teoria da especulação e do carrossel made in Joe Berardo. Cat Stevens

Toda a gente conhece já Big Joe Berardo, o "George Soros" à portuguesa: alguém que fala muitas línguas ao mesmo tempo, controla o CCB através da sua colecção d'arte, depôs o Mega Ferreira, domesticou a ministra da Cultura tornando-a esquizofrénica, é accionista do BCP e sonha sepultar Jardim Gonçalves vivo e a suplicar, tem empresas entre o "cá" e o "lá", tem uma fundação, e gosta de partir a loiça toda sob os holofotes que o iluminam, para o melhor e para o pior. Ele é The Big Joe: o madeirense que fez fortuna na África do Sul com diamantes e regressou ao continente. E eu sempre pensei que ele negociava em cavalos...
Depois deste introito, meio "amaricano" meio "portuganhol", para lhe copiar o estilo e a narrativa, devo aqui confessar a minha surpresa pelo facto de Big Joe ainda não ter começado a dizer mal da CGD - de forma a que o valor das suas acções desçam a pique e ele possa - em bolsa - "comprar em baixa"; e depois, no carrossel daquela sua teoria da especulação, temperada com centenas de perdigotos jogados contra a câmara de tv, comece a elogiar as referidas acções para as "vender em alta".
Tem feito fortuna assim, mas seria bom, doravante, que Joe começasse a pensar em ser, pela 1ª vez, verdadeiramente útil ao País, i.é, que congelasse a sua função permanente de especulador-mor da República e passe a ser um investidor a sério, deixando de ser o habitual predador que muitos de nós detestavam nos agiotas dos judeus - quando emprestavam dinheiro aos reis para fazerem as guerras, e às vezes morrerem nelas. Alguém que quando abra a boca não seja para crucificar mais o "velho jaguar" do bcp, que se crucificou a si próprio com a sua gestão visando o enriquecimento próprio, mas que contribua para a criação de riqueza, de emprego e de efectivo valor acrescentado em Portugal. Até lá Joe Berardo será sempre uma anedota carregado de dinheiro, o bobo a corte que diz umas verdades, com toneladas de acções cotadas em bolsa, mas sem nenhuma correspondência na economia real.
Fancamente, Big Joe poderá (e deverá) fazer mais e melhor em Portugal. Alguém do seu círculo de amigos lhe deverá dizer isso, pois amanhã ele pode morrer de súbito e terá uma biografia modesta de especulador, mas se se transformar num investidor, num criador de riqueza, de emprego e de desenvolvimento melhorará o seu epitáfio no jazigo.
What are you waiting for, Big Joe!?
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Uma música de criança, que ficou. Talvez, o melhor de Cat Stevens com umas toneladas de memórias à mistura que hoje imaginação desorganiza nesta caixa de massa cinzenta chamada cérebro, e que falha imenso.
Cat Stevens - Old School Yard

PS: Dedicada ao Luís Miguel Moreira - com quem aprendi a andar de mota, conduzir carro, cultivar o gosto pela música e mais um montão de coisas que não se costumam fazer aos 13 anos. Se hoje fosse vivo, faria 45 anos. Cansou-se de viver, e à 21 anos arranjou um revolver, meteu uma bala lá dentro e..., Cat Stevens, ficou.