segunda-feira

A história da carochinha de Durão Barroso. A mentira do III milénio

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Já toda a gente sabe que Durão Barroso tinha uma ambição: ser o mordo-mor da Europa e livrar-se da Ferreira Leite e da governação em Portugal - de que já estava farto. De certo modo reconheceu-o na entrevista que ontem deu à tsf e dn, quando referiu que desde cedo se habituara a conviver com os grandes deste mundo, na qualidade de MNE, e antes como secretário de Estado da Cooperação.

Mas por que razão esta história, à semelhança d'outras, não resultou? Por que motivo esta estória dos preparativos da guerra ao Iraque não obteve êxito!?

Sabemos que as histórias para serem boas têm de ter imaginação, ser bem contadas e ter aceitação junto do público. Aqui não aconteceu nenhum destes ingredientes.

Nem a história foi verdadeira, autentica, coerente e factual, pois as informações fornecidas a Bush foram forjadas pela CIA e conexos que desvirtuaram a verdade só para se ajustarem à vontade política de G.W.Bush e este fazer a guerra a sel belo prazer. Até porque Bush considerava que havia uma íntima relação entre Saddam e os atentados do 11 de Set. levados a cabo pela Al Qaeda, puro engano!!!
Por seu turno, a opinião pública internacional, hoje cada vez mais esclarecida, global, crítica e informada - não acreditou nessa mestela - também promovida por Blair, Aznar e Barroso, todos cultivaram essa mentira por razões de sobrevivência política, como demonstrámos no post infra.

Por outro lado, ninguém acreditou nesta história da guerra do Iraque porque as boas histórias prometem sempre algo: diversão, dinheiro, segurança. Ora, o que se passa hoje no Iraque é um ambiente de quase guerra civil, um país destruído, sem sistema de comunicações, de distribuição, sem infra-estruturas, sem instituições, sem nada. Apenas com o selo da morte lá deixado pelo quatro feitores da desgraça: Bush, Blair, Aznar e Barroso.

Depois as boas histórias são sempre confiáveis, ou seja, a confiança é o recurso mais escasso que nos resta, mas hoje ninguém acredita nesses quatro sujeitos. Todos saíram dos respectivos governos, à excepção de Bush - que por vontade do povo também já lá não estaria, até porque perdeu a maioria no Congresso que hoje é Democrata.

Outra razão que leva a não acreditar nessa história decorre do facto de as boas histórias serem subtis, e quanto menos os profissionais da comunicação falam melhor se tornam as suas histórias. Ora, no caso da guerra do Iraque todos falaram, todos cantaram, todos berraram.

Paralelamente, as boas histórias sucedem depressa, cativando o público assim que a história pega. Indo ao encontro da cosmovisão dos consumidores. Neste caso a história da guerra do Iraque arrasta-se, comporta milhares de vítimas inocentes, potencia o terrorismo na área e interfere com os preços do petróleo. Nada aqui é saudável no sistema internacional.

Além de que a guerra ao Iraque violou a lei internacional do CS da ONU, foi ilegal e ilógica e inumana porque, no final, permitiu que se enforcasse um assassino com os mesmos métodos que ele utilizara para ir matando o seu povo. Demonstrámos (também) não ser civilizados. Provámos, lamentavelmente, ser uns barbáros...

Só ao fim de três ou quatro anos é que Durão Barroso confessou abertamente ter sido enganado, optando este por subscrever as informações da Casa Oval e não as indicações mais fiáveis da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) que então tinha feito relatórios circunstanciados sobre essa matéria.

Isto demonstra, de forma objectiva e até subjectiva, que Durão foi um co-mentiroso da CIA e da Casa Oval, participou da farsa, depois até assinou uma Carta dos Sete para validar essa farsa e coadjuvar no processo de tomada de decisão do seu Godfather, G.W.Bush a efectivar a guerra ao Iraque - violando a lei das Nações Unidas. O prémio foi o lugarsinho de Presidente da Comissão Europeia - entretanto cozinhado politico-diplomáticamente nos bastidores do poder transatlântico.

Quem conhecia Barroso não se iludiu, porque sabia bem daquilo que a sua ambição pessoal era capaz, quem conhece os meandros da política (doméstica e internacional) também não se iludiu, parece que só a Manela Ferreira Leite e demais ministros é que se iludiram com o então seu chefe de governo.

Barroso tem de perceber uma coisa: nem todos comem do seu prato, nem todos leram os seus livrinhos - que já rasguei há décadas - , mas muitos de nós também conhecem o pensamento (e a praxis) maoista de um passo a diante e dois atrás para depois se galgar muro, como fez Barroso ao cavalgar a onda da Comissão Europeia e à boleia duma guerra ilegal e ilegítima e que já causou milhares de mortes.

Barroso não nos ensina nada de novo, a sua confissão retardada só prova a sua má fé, a argúcia da sua mentira política, revela a natureza dos seus maus sentimentos, denuncia a forma de fazer política e uma faceta extrema da sua personalidade. Por ambição este homem faz qualquer coisa...

As boas histórias fazem com que as pessoas se sintam inteligentes e confiantes, Barroso faz com que os portugueses se sintam defraudados, miseráveis e uns pulhas da história - porque o Iraque é hoje um Estado-falhado, um albergue de terrorismo endémico e a Europa também não ganhou o dinheirinho que supunha ganhar com a tão proclamada reconstrução do País que o Barroso andou a "vender" aos patos-bravos da construção civil... Os mesmos que depois pagam as facturas de publicidade eleitoral ao psd.

Numa palavra: quer em Portugal, quer em Bruxelas ou no sistema de decisão global Durão barroso afigura-se como uma fraude política que envergonha o Portugal de bem. Eu se tivesse de pagar para ele não ser meu secretário não hesitaria.

Para "prémio" (ou castigo) de tudo quanto Barroso também fez de mal ao Iraque (e ao seu povo inocente que morre que nem tordos) - deveria hoje ser obrigado a pegar no PSD, depois de pedir desculpa aos portugueses e começar tudo de novo. Nem que para isso tivesse de fazer de Santana o seu braço direito e de Meneses o seu líder parlamentar.

À Manela Ferreira leite podia dar-lhe a gestão da Estradas de Portugal.