Durão Barroso regressa a Portugal para preparar futuro. O seu futurusinho...
Durão Barroso regressa a Portugal através duma entrevista à tsf que o dn reproduz - sempre com os mesmos jornalistas a entrevistar. Seja política autárquica, política internacional, ambiente, "caracóis", "lagares de azeite" - são sempre os mesmos jornalistas a entrevistar, o que revela que são grandes especialistas em generalidades. Até parece que o dn não tem especialistas em política internacional... Seja como for, Barroso, como não podia deixar de ser, elogia o trabalho do Governo português nesta presidência, e, acima de tudo, elogia-se a si próprio. Dizendo que desde cedo, porque já fora MNE, sempre convivera com os grandes deste mundo. De quem hoje é amigo e trata por tu: Sarkosy, A.Merkel, o PM grego e por aí fora... Faltou-lhe, porventura, referir o José Eduardo dos Santos em Angola que desconhece o significado da palavra Democracia e Direitos humanos, G.W. Bush nos EUA que fez a guerra ao Iraque para vingar o Pai à margem do CS da ONU, alicerçado numa terrível mentira que, aliás, ajudou Barroso a subir a presidente da Comissão europeia (a da existência de armas químicas no Iraque... blá, blá, blá) e com os custos humanos e financeiros que se conhecem e muitos outros amigos duma África que Barroso bem conhece mas que ainda hoje continua subnutrida, adiada e antidemocrática - para vergonha do mundo. Li umas passagens da entrevista no dn e, confesso, é duma previsibilidade atroz, cheia de lugares comuns. Não passa duma simples preparação de um regresso que se ele deseja dourado e tapete vermelho. Saudades de Portugal, do sol, só faltou dizer que sente falta do bacalhau, da feijoada e da couve flôr... A pobreza intelectual e a falta de cosmovisão de Barroso mais parece a de um emigrante da década de 60 quando partiu para a Argentina, Venezuela e afins... Uma coisa, contudo, temos de agradecer a Barroso: ter aberto o caminho para a maioria absoluta de Sócrates - que doravante, também espero se atenha mais à definição e estruturação de política públicas sociais, económicas e fiscais do que a alguns discursos que não colam à realidade. Os elogios sabujos de Jorge Coelho também são dispensáveis. Aliás, já o eram ao tempo de Guterres - onde fazia aquele papel de bulldozer (do quem se mete com o PS leva..) - que hoje até um caniche se ri!!! Em suma: o regresso, a prazo, de Barroso será a estocada final de Santana Lopes na cena política lusa, Belém estará na mira - mas Cavaco quererá repetir a dose, e como a CRP lhe permite e o barroso não quererá regressar de mãos a abanar - o mordomo-mor da Europa, por certo, procurará fazer mais um mandatosito para regressar no próximo turno e disputar as presidenciais com aquele que na altura será o candidato socialista a Belém. Isto, claro está, se não houver nenhum acidente pelo meio. Porque a política é uma techné e uma arte que hoje, mais do que nunca - pela emergência de "patos bravos" na esfera pública - está repleta de sinistralidade: a sinistralidade política. PS: Depois de se ler a entrevista de Barroso fica-se com a ideia de que foi a Europa, em uníssono, que se ajoelhou alí na Lapa e esticou o tapete vermelho para Barroso ser o novel Presidente da Comissão Europeia. Mas a verdade não foi essa, a verdade foi uma mestela cozinha a três, ou melhor a quatro com algumas derivas na Europa. Foi Barroso que se impôs à Europa, não a Europa que o reclamou. E o zé das Fritas barroso deveria ter a humildade de o reconhecer e de não prostituir a história. O Macro, que já conhece Barroso dos tempos da Lusíada e sabe bem como é a peça, explicita: o combustível com octanas de avião para essa fuga tem nome e chama-se Guerra do Iraque. Uma guerra ilegítima porque infundada e alicerçada numa terrível mentira, e ilegal porque à margem do CS da ONU. O Padrinho, ou Dom Alfredo, foi (esse iletrado anormal) G. B. Bush (o agente mais estúpido da América para vergonha dos pais-fundadores da ilha-continente ou República Imperial como lhe chamou Aron); a Madrinha foi a Antónia Blair, Angela Merkle, como estava apaixonada por Cherne, lançou umas minhocas, Aznar, trapalhão, também deu a cebola para esse refogado político. Resultado: uma valente chacina no Iraque, um aumento da conflitualidade sistémica, potenciação global do terrorismo. E por tudo isto Belém deveria instituir, para o próximo 10 de Junho, a medalha de incentivo ao terrorismo global, catastrófico e suicidário - apensa a um colar de brilhantes comprada por algum armador grego que faz férias no Mediterrâneo. Está-se mesmo a ver a quem é que o locatário do Palácio Rosa irá pendurar esse mausuléu abrilhantado...
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