quarta-feira

O novo Maserati Luís Filipe Meneses: um conceito de representação política emergente

O MASERATI DE VILA NOVA DE GAIA. O BÓLIDE QUE LEVARÁ MENESES ÀS LEGISLATIVAS DE 2009.
Sempre que vejo Luís Filipe Meneses on tv fico sempre com a sensação que ele procura representar alguém que não cabe dentro dele, ou seja, um "outro" que ele julga ou pensa existir e se pode subsumir nele. Parece complicado, mas não é.
Depois duma fuga de três dias, certamente por não saber o que dizer enquanto Ângelo Correia lhe preparava a agenda da manhã para Meneses recitar à tarde, Meneses lá aparece diante dos jornalistas. Mas vem a cambalear, parece um pato com pernas assimétricas (mutiladas por aqueles caçadores mais bárbaros que nunca leram nenhum manual de Ambiente) que, num ápice, descobriu uma nova maneira de andar. Para ser parecer um verdadeiro líder, claro está!!
Depois "espeta" aos jornalistas uma declaração que garante continuar a ser autarca e líder o psd ao mesmo tempo, com Ângelo a ratificar a decisão - por ser coerente, evidentemente!!! Nunca vi tanta coerência em dois homens só..
Por seu turno, à noite Meneses reclama o direito à introspecção, porventura numa leitura política neorealista retocando Freud e, claro, por continuar a não saber o que dizer no momento ou não dispôr de ideia alguma para alinhar na circunstância. Imagino que o telefone volte a tocar nos ouvidos do eloquente Ângelo - que lhe terá de refazer o agenda-setting para o day-after.
Isto irá repetir-se até 2009... Melhor fora que o Ângelo assumisse de vez a liderança do psd e Meneses se convertesse no seu principal assessor político. Mais uma vez aqui os papéis aparecem trocados na vida interna do psd...
Entretanto, o pré-histórico Veiga, um notável entre os notáveis, diz estas pérolas de Meneses:

Miguel Veiga, histórico fundador do PPD/PSD, é sempre o primeiro a ser ouvido quando alguém quer consultar os notáveis do partido. Com humor, diz já ser um «pré-histórico», apresentando de imediato a sua forte crítica à liderança de Luís Filipe Menezes. Em entrevista ao PortugalDiário e Rádio Clube, admite ter votado em Marques Mendes «por exclusão de partes» e defende que Manuela Ferreira Leite seria «uma grande líder».

«Votei em Marques Mendes por exclusão de partes. E essa exclusão referia-se obviamente ao outro candidato, pelo estilo, pela falta de credibilidade e pela falta de determinadas qualidades. A campanha foi desgostante, o resultado foi decepcionante», começou por frisar, lembrando que é «um democrata» e por isso tem de aceitar o «resultado do escrutínio: «Não está em causa discutir a legitimidade do novo líder, o que não significa que esse resultado seja o melhor». [...]

Pérolas à parte, confesso que a calculada timidez de Meneses, o seu falso profundismo, as pessoas que o acompanham, muitos deles a quinquilharia do santanismo, são indicadores preocupantes de que a manutenção da oposição em Portugal continuará a ser feita - dentro e fora do hemiciclo da AR - por Anacleto Louçã do BE - que a cada semana lá vai descobrindo quem é a multinacional cujo director superintende um programa governamental que, afinal, se descobre não ser bem assim.

Mas até lá é o Louçã e a sua bem montada campanha de agiprop que vai ganhando visibilidade junto da opinião pública - que até aprecia um certo estilo façonnable de Louçã que lhe empresta um ar de tio da Lapa, que é nitidamente facilitado pela preparação académica e quadro mental de schollar que por mérito próprio tem.

Daria um bom líder para o psd. Quanto a Meneses, e ao Maserati que ele levará para as Legislativas de 2009, direi que não lhe dou mais de dois meses para a sociedade, os agentes económicos e empresariais e o conjunto das forças vivas perceberem bem quem ele é, o que vale o seu populismo e o crédito que os eleitorados fragmentados lhe votaram.

A ser assim, é óbvio que isto é mau para o psd, para Meneses, para o governo PS (que também não se sentirá devidamente fiscalizado e estimulado para conceber e implementar novas políticas públicas) e, na globalidade, atingirá o País como alguns caçadores bárbaros fazem com os patos que não andam, cambaleiam.

Por regra, isto ocorre porque o tiro não foi certeiro, o pato não morreu mas passará a vida a coxear.

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Mais de 3 décadas volvidas sobre esta pérola (percursora) da música eletrónica dos Kraftwerk - atrevo-me a dizer que essa será a música que Meneses irá escolher para ouvir no seu Maserati de V.N. de Gaia - que o conduzirá ao abismo (das suas) legislativas de 2009. Das quais ainda sairá mais humilhado do que hoje Mendes saíu, e ele próprio quando foi autor daquela prosa dos Sulistas vs Nortistas de que todos nós nos lembramos.

Se não fosse a Segurança...

Kraftwerk - the robots