António Vitorino na Linha da Frente da TSF
António Vitorino - aparece aqui translúcido -
Aceite o Tratado de Lisboa, arrancado a ferros, fechou-se mais um ciclo político na vida da Europa, que vivia paralisada desde os bloqueios de Nice, em 2000. Desta feita, reformaram-se as instituições, agilizou-se os procedimentos e sistemas de votações, sabe-se melhor quem é quem, e, de tudo, resulta uma Europa (politicamente) mais eficaz. No entanto, o debate que começa a avolumar-se intra-muros aponta - ilógica e absurdamente - para a realização do Referendo, cavalo de batalha de alguma oposição (BE e PCP) que vive da crise e alimenta-se dela eternamente, perdendo mais uma oportunidade para se juntar aos vencedores duma Europa que, podendo ser melhorada e aperfeiçoada, viveu agora um grande momento político-institucional.
Mas não, essa oposição das margens só quer é ver a árvore em detrimento da floresta, o que nos leva a interpelar o que diriam os cromos do costume se, a semana passada, Portugal não tivesse tido a capacidade politico-diplomática para negociar o Tratado de Lisboa, mais a mais com o estrondoso sucesso que acabou por ter!?
Muito provavelmente, reclamariam mais outro referendo na Alameda D. Afonso Henriques ou em Belém - onde perguntariam aos portugueses se desejariam outro governo, porque o governo em funções não conseguiu concluir com sucesso o Tratado (reformador) de Lisboa...
Por este andar, um destes dias, não me admiraria que quer o BE quer o PCP façam a si próprios um referendo acerca do sentido da sua própria existência política (e metafísica).
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