terça-feira

A esquizofrenia política de Helena Roseta

Parece uma saudação à Fidel, mas não é. É só Helena a acenar aos lisboetas que não irão votar nela..
Sempre dissémos que as verdadeiras motivações de Helena Roseta são pessoais, depois pessoais e depois pessoais. Em 4º lugar, e na sequência de Socas não lhe ter respondido à carta e de não a ter convidado para uma secretaria de Estado aquando da composição do governo em 2005, as motivações de Roseta são, de facto, pessoais.
Então o que é que a srª arqª faz para diluir essa motivação profunda e enraizada? Recorre eficientemente ao psicodrama e encena tudo isso muito bem, pelo gosto que lhe vem do teatro e da música, para se revelar preocupada com o ambiente, a segurança, a habitação e depois enche a boca com a CIDADANIA - como se essa fosse uma condição exclusiva dela e do poeta Alegre que a patrocina - e que ainda hoje não sabe para onde fugiu o seu milhão de votos das últimas presidenciais que só serviu para humilhar o seu amigo e correlegionário político de longa data, Mário Soares. Que saíu da cena política da pior maneira...
Todavia, hoje bastaram apenas duas palavras de António Costa, que é um político denso e experiente, e medita bem naquilo que diz, ou seja, é um político que pensa - coisa cada vez mais rara em Portugal - para fazer cair Helena Roseta do alto da sua bicicleta política e dos vested interests que utiliza para mascarar ideias e projectos políticos com motivações pessoais. De resto, comuns a muitos outros players na cena política local..
Explicito: hoje teve lugar um debate na Associação Comercial de Lisboa, e aí estiveram António Costa e H.Roseta, entre outros. A dado passo A.Costa diz que não excluirá ninguém de trabalhar com ele na autarquia, e fundamentou esse pressuposto reportando-se a H.Roseta com ironia. Disse-lhe que apesar de só há 2 meses Roseta ser independente, ambos contam já com mais de 20 anos de história comum que poderá ser aproveitada para trabalho político.
A srª arqª Roseta - que quando fala nunca se sabe se é em nome do PS ou do PSD (hoje é independente) enxofrou-se e lá foi dizendo que só trabalha com todos. Todos (parecia o "bacalhau com todos")!!! Mas Todos para ela devem ser Carmona e Negrão. Todos, na sua óptica, são mesmo todos mas com excepção do PS. O que é uma realidade semântica emergente que integrará o novo léxico político nacional.
Ora isto é tão admirável quanto lamentável: admirável porque vemos um novo conceito de "todos" pela boca da srª arqª a fazer carreira em novas gramáticas, linguísticas e neologismos; lamentável porque se confirmam as certezas dos pressupostos iniciais, ou seja, Roseta não se candidatou por Lisboa, ela utiliza essa fórmula para combater dois actores: um directo, o PM, Socas; outro, indirecto, que agora leva por tabela, A.Costa.
Por aqui se afere o íntimo da senhora que há muito deveria estar na Cornucópia a fazer teatro e não na política a iludir os eleitores. H. Roseta, que tem sido um ping-pong entre PS e PSD, (ainda acaba no CDS...) já há anos que é uma amostra de política "vira-casas" e que revela mau íntimo e rancor. Será caso para dizer, subscrevendo um mail que me chegou hoje por mão amiga:
Afinal parece que Roseta está disponível para coligações com a direita, com Carmona ou com Negrão, Só não está para o PS.
"MP"
Pergunto-me se não é isto a sua nova teoria do "TODOS". Todos menos o PS, naturalmente. Para quem tivesse dúvidas acerca do projecto mesquinho de baixa vingança pessoal de H.Roseta tem aqui a prova provada dessa demonstração empírica.