Agonia no Jardim
Agony in garden
Infelizmente a vida pública está repleta de pulsões e ambições desregradas cujo desfecho é sempre imprevisível. Portugal tem vivido um desses momentos com a súbita convocação de eleições regionais a propósito da Lei das finanças regionais. Agora é a aplicação da Lei do aborto na ilha da Madeira que está em causa. Vejamos o que pode provocar aquela obsessão justificada, claro está, com a crónica falta de dinheiro para regulamentar as leis gerais que se devem aplicar de forma geral e abstracta ao conjunto nacional. Até ao quintal de alguns senhores neofeudais que se julgam investidos duma super-legitimidade. 1. Ansiedade e mal-estar político intenso; 2. Tentativa de suprimir o espírito democrático e obter assim um status de discriminação positiva para a ilha da Madeira em matéria de aplicação de leis gerais; 3. Consumo gratuito de tempo que poderia ser utilizado na concepção de outras políticas públicas, designadamente no apoio à natalidade na Madeira. O problema desta perturbação política motivada pelo agente desviante do costume, é que a coisa pública não se ressente apenas pelo efeito fisiológico de uma substância que o elemento perturbador/instabilizador introduz na arena política, a gravidade decorre do facto de que esse agente nocivo já se entronizou no próprio corpo político como se fosse um órgão essencial ao seu funcionamento. Isto é tanto mais grave que se iniciou agora um novo ciclo de legitmidade política na Madeira, mas, pelos vistos, começa da pior forma. Maus prenúncios e muitos agoiros aí vêem...
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