terça-feira

Um blog com tomates; resíduos da democracia

O Notícias da Aldeia - que bem poderia designar-se Aldeia Global (em homenagem ao sociólogo canadiano Marshall McLuhan) - distinguiu este espaço como um "blog com tomates", o que sinceramente agradeço. Até porque a denúncia, especialmente quando construtiva e estruturada (ainda que combativa), é, em democracia, é a seiva da Liberdade. Nada fazer, é pactuar com o delírio que premeia as más práticas e estimula procedimentos absurdos, kafkianos, ditatoriais.

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Não morde mas todo o cuidado é pouco...

Cuidado com esta mulher: uma inimiga da Democracia e da sociedade aberta.

Se o ridículo matasse e as pequenas canalhices conduzissem os seus fautores ao inferno, muito provavelmente este resíduo da democracia já estaria reciclado. Quando aprendia o que era a democracia lembro-me sempre duma teoria que explicava isso lindamente e operava por efeito de contraste:

a) quando nos batem à porta numa democracia é o padeiro ou o leiteiro;

b) hoje sabemos que quando nos batem à porta num caldo de cultura pidesco é a dona Margarida.

O ridículo, em situações extremas é, deve ser, uma "arma" para combater essa ameaça à Liberdade e à Democracia. O ridículo serve para desnudar as más intenções das pessoas que não sabem viver em democracia e, por isso, devem ser banidas do serviço público. A finalidade do ridículo, mitigada com a ironia - que é o sorriso da razão, segundo Eça, é levar as pessoas mais rápidamente ao arrependimento. Mas temo que neste caso o molde foi infectado à nascença.

Assim decorre por uma razão simples: trata-se de proteger um bem comum maior - a Liberdade - que, por vezes, é ameaçada por esta escumalha que parasita a democracia pluralista num Estado de direito - e confunde e regra com a perseguição. Quem não entender isto, fica, forçosament, enleado nas redes das tais cuecas de renda antiga que paralisa o raciocínio e entorpece o esprit...

É essa mesma escumalha que amanhã, se o regime democrático evolucionasse para uma ditadura, diria: eu sempre fui salazarista. E se calhar até faziam a saudação da mocidade port...

Daí decorre que os "mimos" que aqui usamos para com os visados sejam pétalas em jardins da Madeira. Pois o que essas condutas verdadeiramente chocantes em democracia mereceriam era outra coisa que a minha educação aqui me impõe reservar.

Além de que a vantagem, para pessoas que sabem ler o todo e não se fixam nas partes, é, foi, sempre será - combater essa categoria disfuncionada do estereótipo que percorre muita sociologia do comportamento nas organizações e que, infelizmente, ainda continua a enganar ou iludir muito papalvo. Até bloggers que pensam estar nos anos 70 a defender a cueca & sutien por entre as velhas e balofas tensões entre feministas e machistas quando, na verdade, estamos no séc. XXI e a ter outra discussão.

Enfim, gaps... Ou como diria uma amiga que não confunde as meias com a reflexão: são fossas geracionais...

PS: Neste caso o Estado, através do Ministério Público, deveria pedir aos fautores desta desgraça nacional, incluindo o bufo/delator, uma justa indemnização para o Estado português por perdas morais e por ter achincalhado os portugueses que acharam execrável aquelas práticas volvidos 30 anos após a instauração da democracia em Portugal. Até já pareço o Vasco Gonçalves a falar, caraças...