Políticos na linha de montagem: um novo sistema de avaliação

Fedde Le Grande - Put Your Hands Up For Detroit

A sociedade post-moderna, post-capitalista, post-materialista - muito assente no virtual e na digitalização das relações humanas, sociais e profissionais aposta no seguinte método para eleger o seu candidato a qualquer coisa: primeiro avança com um nome-teste que é trabalhado por uma empresa de sondagens que testa o seu nome num universo de pessoas que dizem se o conhecem ou não. Se o nome for conhecido e gerar um capital de simpatia ele ganha reputação interna e tende a contagiar esse capital de apoio e depois o partido, públicamente, concede-lhe o "alvará" e lança-o no mercado do dinheiro, do poder e da influência.

MMendes fez isso com Seara, que viu logo os alienados dos benfiquistas a ripar dos cartões para demonstrar a sua solidariedade canina em relação a Sintra que acabou por ir morrer à praia; O Ps também faz isso bem como a generalidade dos partidos. Tudo hoje é testado antes de entrar na laboração do mercado, apesar dos erros e defeitos supervenientes que se registam à posteriori.

Já o caso de SLopes foi um erro de concepção da máquina, ele apareceu sem ninguém o convidar, testar ou sequer votar. Foi assim uma espécie de meteóro destrambelhado post-monárquico que caíu em Portugal - numa espécie de legado maoista residual de Durão barroso. Um ser estranho, qual fenómeno do Entroncamento..

Este é o sistema que parece estar já instituído na sociedade política em Portugal: um nome, um teste em sondagens, avaliação dos resultados a fim de aferir o capital de simpatia e a adesão dos eleitores e depois o partido concede (ou) não o alvará para o candidato A, B ou C ir para o terreno e fazer obra. E às vezes faz com cada obra.. Obras à Bragaparques com muitas comissões under the table.

Julgo que aquele vídeo é uma boa metáfora deste novel sistema de aferição da credibilidiade de candidatos ao poder. Imagine-se agora se no lugar daquelas senhoras são 20 "Manelas Ferreiras Leites" que fazem o seu papel na linha de montagem?!

Quem quererá conquistar o poder em Portugal? Há até quem diga que a falta de quadros políticos de nível se deve a esse constrangimento no sistema de selecção e recrutamento de recursos humanos no País.

Será?