quinta-feira

O "efeito Viagra" na sociedade portuguesa; Supertramp - mais uma cicatriz do tempo que flui -

É sabido que o Viagra foi descoberto por erro, que é uma verdade a aguardar vez, como diria o nosso amigo Vergílio Ferreira. Este fármaco foi descoberto quando os cientistas procuravam desenvolver um medicamento para controlar a tensão alta. Análogamente, também é sabido que quando Cristóvão Colombo andou pelo mundo em demanda da Índia saí-lhe a América pela culatra, e a penicilina resultou de outra fracassada experiência, tal como a borracha galvanizada. E quantos homens e mulheres não nascem neste mundo por erro, acidente, descuido - ou simplesmente, porque na década de 70 e 80 alguns amigos mais criativos tinham por hábito oferecer aos colegas preservativos picados..., o que prenunciava 9 meses de problemas, e às vezes sete, porque alguns eram prematuros.., como tudo na vida.
Daqui decorre um corolário lógico: um ambiente de inovação deve comportar uma grande dose de tolerância para com os erros, pois na verdade são eles que acabam por dar o impulso final, embora não previsto, às inovações que acabam por se impor na sociedade. Logo o PM, Sócrates, regressado do jogging da Rússia vai ao Parlamento discutir um tema que agendou: as novas tecnologias, apesar de toda a oposição se atirar, previsivelmente, para a Ota, o desemprego, o preço da energia e demais bernardas que têm ocupado os media e a preocupação dos portugueses.
Perante esta tensão que se vive hoje em Portugal - pergunto-me que caminhos seguir?! Insistir nas velhas agendas ou tentar furar por entre novas alternativas, ou seja, envolver o tal efeito viagra na modernização da economia e da sociedade portuguesa. Mas como (!?) se não conseguimos afastar as velhas estruturas e os esquemas tradicionais de gerir a sociedade. Só que hoje, mais do que nunca, e esta é uma imposição da globalização competitiva, precisamos de sobreviver na economia mundial - que está aí, a cada minuto, em cada produto, serviço.. E em relação aos quais temos de saber ser inovadores e competitivos, o que exige lidar com empreendedorismo e empresários de gama alta, dispostos a correr riscos, a cometer erros, a falhar..
O problema é que hoje as experiências são arriscadas, e, por isso, podemos arriscar, é certo, mas "morrer" logo de seguida, pois o mercado acaba por engolir esse player mais incauto que se meteu com os tubarões da mega-economia. Depois o Estado em Portugal deveria ser mais amigo e cúmplice dos criadores, coadjuvando-os, reforçando as suas redes de interesse - doméstica e transnacionalmente - mas, em vez disso, o Estado (e a "bela gestão privada") cobra-nos a energia a preços exorbitantes comparativamente a Espanha e um pouco por toda a Europa. A carga fiscal também pesada, a burocracaia imensa e paralisante - matando cerce todo o ímpeto criador ou reformista que possa haver na sociedade.
Parece que a lição que temos de tirar de todo este quadro de complexidade é que hoje temos de aprender mais depressa e ter sucesso mais cedo. O problema é que a natureza dos erros antigos conduziam os seus fautores a uma rota de recuperação previsível, hoje os erros parece serem mais cruéis, mortalmente duros. Até a noção de ameaça, perigo e conflito mudou de natureza.. Hoje é tudo mais veloz, intenso, impactante e danifica em profundidade, seja na estrutura da economia ou na sociedade. Basta elencar um só efeito perverso da globalização predatória na sequência das deslocalizações que hoje são o "prato do dia" - para verificarmos que o fracasso é a regra e desenha uma mancha de crude que anda por aí, a boiar em todo o lado - e que a todos nós tem "premiado" com grandes e lustrosas medalhas de mérito. Recebidas por defuntos...
Creio que precisamos de mais (e melhor) viagra - e orientado para outros canais.
PS: Este post é dedicado a todos os empreendedores portugueses que sempre souberam ser criativos sem viagrar.
WoW SuperTramp AMV (Logical)

NEW GENERATION...

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